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Poder aquisitivo e plateia receptiva: o que atrai humoristas a Brasília

Produtores e artistas locais analisam o cenário do humor e stand up em Brasília e apontam os motivos para humoristas buscarem Brasília

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Hugo Barreto/ Metrópoles
Brasília (DF), 19/08/2021 o grupo de teatro G7 completa 20 anos de atividade Local: Teatro La Salle Foto: Hugo Barreto/Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 19/08/2021 o grupo de teatro G7 completa 20 anos de atividade Local: Teatro La Salle Foto: Hugo Barreto/Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/ Metrópoles

Ver a movimentação cultural do país agora, pode fazer até esquecer que há pouco mais de um ano vivíamos tempos intensos de pandemia da Covid-19. No retorno marcado por grandes shows e novas festas, o humor aparece como uma opção para os amantes de teatro e os artistas que querem voltar aos palcos. Em Brasília, stand-up e peças de humor conquistam cada vez mais espaço e mostram que a capital é um ótimo destino para artistas do ramo. 

“Brasília é uma praça boa, que teve uma formação de plateia muito boa com [a Companhia de Comédia] Os Melhores do Mundo. E é tranquilo de apresentar [espetáculos de stand-up], porque a equipe é reduzida. A dificuldade mesmo é teatro, que você tem toda uma equipe para trazer, hospedar, tem transporte de cenário e uma série de coisas”, analisa o ator e produtor cultural André Deca, que tem nomes como Rafael Portugal no portfólio de produções. 

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Os Melhores do Mundo possuem diversos espetáculos de humor
A Cia de Comédia G7 iniciou as atividades em Brasília em 2001
Cena de E Homem, Serve Pra Que?, da companhia de Teatro G7
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Os Melhores do Mundo nasceram em Brasília em 1995

Divulgação
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Os Melhores do Mundo possuem diversos espetáculos de humor

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A Cia de Comédia G7 iniciou as atividades em Brasília em 2001

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Cena de E Homem, Serve Pra Que?, da companhia de Teatro G7

Gustavo Gracindo

Outra pessoa que entende o ramo do humor na cidade é a equipe da Giral Projetos, que trabalha com a comédia como carro-chefe há mais de 30 anos. Eles são responsáveis pelo Festival de Humor Stand up Comedy de Brasília, um evento pioneiro no país criado ainda na primeira década dos anos 2000 e que reuniu nomes hoje conhecidos nacionalmente, como Fábio Porchat, Danilo Gentili e Rafinha Bastos. 

A produtora começou a trabalhar com o stand-up em 2008, com apresentação de Diogo Portugal, e, desde então, não parou. A sequência e as experiências vividas por eles reforçam o crescimento do público para o humor. “Whindersson Nunes é um caso que trabalhamos desde o início [da carreira], quando se apresentou para menos de 300 pessoas. [Mas, alguns anos depois,] conseguimos alcançar uma marca impressionante de 10 mil pessoas no Ginásio Nilson Nelson em 2017″, relembra o sócio-administrador da Giral, Felipe de Lima Rocha.

Humor de casa

Brasília foi palco para o nascimento de muitas bandas de rock, mas também de grupos de comédia. Além de Os Melhores do Mundo, a cidade também é berço do G7 Comédia, que apresenta Quem Vê Cara Não Vê Harmonização neste fim de semana no Teatro La Salle (906 Sul). “A gente faz humor para aliviar as dores do mundo e também para educar um pouquinho as pessoas, passando mensagens bonitas de maneira leve e divertida”, conta Rodolfo Cordón, um dos criadores do grupo, que nasceu em 2001. 

Brasiliense, ele defende que a cidade sempre foi um reduto artístico ofuscado pelos “poderes” e que se torna atrativa para artistas de fora por conta dos altos valores cobrados em ingressos. “Eu não acredito que os humoristas vêm a Brasília porque gostam daqui ou porque a cidade é referência do humor nacional — o que é há muito tempo também —, e sim que [é porque] eles conseguem ótimos cachês”, analisa. 

Rodolfo acredita ainda que o público costuma preferir pagar um valor alto do que não consumir o conteúdo. “Há na cidade uma cultura antiga de se valorizar o que vem de fora, os artistas ‘globais’, que estão em alta na internet ou nas redes sociais. E o poder aquisitivo do público de Brasília é alto, por isso os humoristas que vem de fora cobram caríssimo.”

Felipe de Lima Rocha também compartilha parte da opinião do humorista. Além de citar o público receptivo e o lado político que costuma gerar boas piadas, ele concorda que o poder aquisitivo dos brasilienses é um dos fatores que atrai artistas de fora para a cidade. 

Próximas atrações

A programação do fim de semana reforça que a cidade tem sido um palco cada vez mais comum para artistas do humor. Sábado (6/5) e domingo (7/5), Flávia Reis e Ricardo Cubba apresentam Deixa Que eu te Conto no Teatro Unip (913 Sul) com entradas a partir de R$ 50. No palco, eles dão vida a diferentes personagens de contos de fadas para contar histórias fantásticas. 

O G7 Comédia leva, nas mesmas datas, o show de humor Quem Vê Cara Não Vê Harmonização para o Teatro La Salle (906 Sul). Com entradas a partir de R$ 40, eles brincam com os ideais de beleza e procedimentos estéticos que permeiam a sociedade. A peça fica em cartaz até 11 de junho, sempre aos finais de semana. 

Quem também vem a Brasília em maio é Diego Besou, com um show especial para o Mês da Enfermagem. Ele se apresenta no Teatro Plínio Marcos (SDS, Eixo Cultural Ibero-Americano) em 20 e 21 de maio e fala sobre o cotidiano dos enfermeiros dentro do hospital. Os ingressos custam a partir de R$ 70

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