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Pesquisador de O Sequestro do Voo 375 diz que não anda mais de avião

Constâncio Viana encontrou o caso do voo 375 após sofrer um acidente pessoal, enquanto sobrevoava a África, e adquiriu fobia a avião

atualizado

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cena de ação do filme O Sequestro do Voo 375
1 de 1 cena de ação do filme O Sequestro do Voo 375 - Foto: Escarlate/Divulgação

Rio de Janeiro — Constâncio Viana, pesquisador que tirou a poeira do caso real no qual se inspira o longa O Sequestro do Voo 375, com estreia nos cinemas marcada para o dia 7 de dezembro, não anda mais de avião. A aerofobia do jornalista, ele explica, se deu muito antes de se descortinar a história do desempregado que queria matar o ex-presidente José Sarney jogando uma aeronave raptada em cima do Palácio do Planalto, em 1988.

Em entrevista ao Metrópoles, durante a première do filme no 25º Festival do Rio, Constâncio disse que o pânico de voar e o interesse por situações extremas no ar surgiram quando ele mesmo passou por uma situação de quase morte. Em 2011, ainda enquanto correspondente da Record TV, um voo que sobrevoava Moçambique, na África, precisou fazer manobras arriscadas para aterrissar.

“Esse projeto não foi uma terapia para mim. Eu continuo com pânico, eu não entro em avião”, ressalta o jornalista, que enfrentou 18 horas em um ônibus executivo, de Brasília ao Rio de Janeiro, para participar do lançamento. “Foi horrível, minha esposa e filhos vieram de avião, mas estou feliz de ter chegado aqui. O engraçado é que as pessoas acham que eu decidi fazer esse filme porque eu amo avião, mas é exatamente o contrário, eu detesto.”

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Equipe reunida na première do filme O Sequestro do Voo 375, no 25º Festival do Rio
Danilo Grangheia e César Mello como o piloto e copiloto, respectivamente, no filme O Sequestro do Voo 375
Jorge Paz como o sequestrador do filme O Sequestro do Voo 375
Jorge Paz em cena de ação do filme O Sequestro do Voo 375; longa é de tirar o fôlego
Personagem de Roberta Gualda é fictício, criado para representar a pessoa que negociou com o sequestrador
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O pesquisador Constâncio Viana ao lado de um dos passageiros do voo 375

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Equipe reunida na première do filme O Sequestro do Voo 375, no 25º Festival do Rio

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Danilo Grangheia e César Mello como o piloto e copiloto, respectivamente, no filme O Sequestro do Voo 375

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Jorge Paz como o sequestrador do filme O Sequestro do Voo 375

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Jorge Paz em cena de ação do filme O Sequestro do Voo 375; longa é de tirar o fôlego

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Personagem de Roberta Gualda é fictício, criado para representar a pessoa que negociou com o sequestrador

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Ao retornar ao Brasil, Constâncio decidiu fazer uma investigação sobre a situação dos aeroportos. “Eu já trabalhava em televisão em 1988, eu conhecia o caso, mas eu só voltei a pesquisar quando eu quase sofri esse acidente aéreo. Nunca me disseram o que aconteceu realmente e eu pensei em fazer im documentário, até que um amigo me lembrou desse caso e disse que eu precisava colocá-lo na produção”, lembra o pesquisador.

O plano de fazer o documentário não deu certo, e após quatro anos de tentativas, Constâncio pediu ajuda à Joana Henning, produtora que teve a ideia de transformar a pesquisa do brasiliense em um longa-metragem. “Ela fez tudo isso acontecer”, celebra.

A ligação do voo 375 com o 11 de Setembro

O sequestro do avião da Vasp por um civil armado, em 25 de setembro de 1988, e que terminou com o assassinato do copiloto no ar, pode ter servido de material de estudo para os membros da Al-Qaeda, responsáveis pelo ataque às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001, nos EUA. Isso porque, após a morte de Osama bin Laden, líder do grupo terrorista, teriam sido encontradas em sua casa reportagens sobre o caso brasileiro. “É possível que ele tenha tentado entender o que deu errado para o sequestrador aqui no Brasil”, ressalta o diretor do filme Marcus Baldini.

Também chamou a atenção do pesquisador Contâncio Viana que o voo 375 não tenha refletido imediatamente em avanços nos procedimentos de segurança da aviação comercial.  “Eram detectores de metais que não funcionavam, cabines dos aviões que não eram à prova de balas…Tudo isso só veio depois do 11 de Setembro. Só que o Voo 375 aconteceu 13 anos antes. Podiam ter levado em consideração, mas não levaram. Na verdade, se tivessem levado a sério o que aconteceu no Brasil, não teria acontecido o 11 de Setembro”, acredita o jornalista.

*A repórter viajou a convite da produção da 25ª edição do Festival do Rio.

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