Para bombar streaming, estúdios investem em séries de sucessos do cinema
WandaVision, Loki, The Mandalorian, Senhor do Anéis e Harry Potter viram séries nos canais sob demanda
atualizado
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Com a anúncio que a HBO Max e a Warner trabalham em uma série de Harry Potter, uma tendência ganha cada vez mais força no universo dos stremaings. Com os principais serviços de vídeos por demanda ligados aos grandes estúdios, franquias de sucesso dos cinemas expandem seus universos no mundo dos seriados.
Além da nova produção sobre Harry Potter, estão em desenvolvimento ou em vias de ser lançado uma série sobre Senhor dos Anéis (Amazon Prime Video). No Disney+, WandaVision da Marvel já está disponível e, ainda aproveitando o sucesso do MCU, Loki e Falcão e o Soldado Invernal estrearão nos próximos meses.
Em um período curto, o serviço de streaming da Disney pretende lançar 10 séries da Marvel e 10 séries de Star Wars – duas de suas franquias mais lucrativas dos últimos anos. Filmes, feitos exclusivamente para o Disney+, também estão no planejamento.
“O Disney+ veio para mostrar que Star Wars pode ir muito além das grandes telas e que as séries vieram para ficar e agregar de forma positiva ao universo da saga”, comemora Rafaela Barbosa, 31 anos, administradora do perfil Código Star Wars, que conta com cerca de 10 mil seguidores.
Para a fã, o novo sistema a aproxima de novos personagens, como em The Mandalorian, mas também permite revistar nomes clássicos da história. “Tivemos o anúncio de 10 novas séries para o Universo de Star Wars e com temas bem abrangentes, incluindo o retorno de personagens que há muito tempo a gente queria rever em cena”, completa a fã.
Fidelização
Senhor dos Anéis, Harry Potter, Marvel, Star Wars tem, em comum, o fato de serem franquias com fãs fanáticos, dispostos a construir teorias, explorar easter eggs e consumir produtos que vão além da trama original.
Para Ciro Marcondes, professor de Comunicação Social da Universidade Católica de Brasília (UCB) e pesquisador da cultura pop, os serviços de streaming estão adotando essa estratégia para fidelizar os usuários.
“Me parece que eles [os serviços] perceberam que narrativas transmídia é uma forma de fidelizar o público, fazendo com que ele não saia mais desse universo. Como o stremaing se baseia em algoritmos, acaba te mandando sempre mais do mesmo, coisas que você qualificou como positivo, fazendo os dãs ficarem cada vez mais viciados no conteúdo, mais ou menos ocmo funciona as redes sociais. É uma forma de consolidar a audiência e impedir que eles saiam desse universo para buscar novas experiências audiovisuais”, aponta o pesquisador.
Apesar de reconhecer que o movimento de mercado tem vantagens ao proporcionar aos fãs mais conteúdo, Ciro Marcondes aponta alguns problemas no modelo.
“Na minha visão, empobrece a linguagem audiovisual, deixa toda a produção cultural nas mãos dessas big techs ou na mão de uma companhia só, como é o caso do conglomerado da Disney. Isso abre pouco espaço para opções variantes do audiovisual”, conclui o especialista.