Orgulho geek: nerds deixam de ser excluídos e passam a faturar bilhões
De camisetas e itens colecionáveis a eventos especializados, o mercado geek movimenta cada vez mais dinheiro no Brasil e no mundo
atualizado
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Se antes a prática de ser fã de animes e saber na ponta da língua o nome de todos os heróis era motivo para ser ridicularizada… as coisas mudaram bastante. Nos últimos anos, o estereótipo mostrado no longa A Vingança dos Nerds (1984) caiu por terra e deu espaço a uma indústria que movimenta bilhões de dólares todos os anos. Nesta quarta-feira (25/5), quando se comemora o Dia do Orgulho Geek, é possível afirmar que ser nerd está em alta, ao menos na indústria do entretenimento. Filmes e séries que pertencem a essa cultura são, atualmente, o principal produto do show business mundial, arrastando uma legião de admiradores. E, nesta semana, dois produtos promete coroar essa nova fase: Obi-Wan Kenobi (Disney+) e a quarta temporada de Stranger Things (Netflix).
Obi-Wan Kenobi, que traz Ewn McGregor novamente na pele do Mestre Jedi, é o mais recente capítulo de uma das sagas mais importantes da cultura nerd: Star Wars. A série estreia nesta sexta-feira (27/5) e promete contar os eventos ocorridos após Guerra nas Estrelas – A Vingança dos Sith.
No mesmo dia, chega para o público a primeira parte da quarta temporada de Stranger Things – confira aqui a crítica do Metrópoles –, a principal franquia da Netflix que é, ela mesma, uma homenagem à cultura nerd. Jogos como Dungeons & Dragons e o filmes de terror dos anos 1980 são a inspiração da produção.
As duas produções, que prometem ser grandes sucessos desse primeiro semestre no mercado de streaming, mostram a força que a cultura nerd ganhou nos últimos anos. As produções geek são o zeigeist atual, como prova os recentes resultados de bilheteria. Doutor Estranho no Multiverso da Loucura já arrecadou, três semanas após o lançamento, US$ 800 milhões; outro longa de herói que se destacou recentemente foi The Batman, com faturamento de US$ 769 milhões.
Além dos filmes e das séries, o mercado geek ganha muito com colecionáveis (bonecos, figurinhas e outros apetrechos) e roupas. Dados da Associação Brasileira de Licenciamento (Abral) revelam que, em 2020, o Brasil teve um faturamento estimado de R$ 21 bilhões e crescimento de 5% em royalties e copyrights de produções e produtos dos segmentos geek e pop. Outro setor que comprova o sucesso é o mercado de games que, em 2021, arrecadou US$ 2,3 bilhões, segundo a consultoria especializada Newzoo.
Impulso da internet
Aline Diniz, jornalista e apresentadora do programa Entre Migas, defende que a internet é principal meio de comunicação que ajudou a comunidade geek a crescer, já que trouxe a consciência de que você não estava sozinho, independentemente do que gostasse de acompanhar.
“Esse senso de comunidade, de conhecimento em comum, do compartilhamento de teorias e das conversas descompromissadas é o que torna a experiência cada vez mais legal – e também o que acaba atraindo novas pessoas para participar do papo.”, afirmou a apresentadora.
Ainda segundo Aline, o mercado “se aproveita” do amor dos fãs por suas franquias e personagens para faturar. “Acho que isso acaba funcionando muito bem para os dois lados: os fãs acabam recebendo os produtos que sempre quiseram e as marcas conseguem seu lucro”, concluiu.
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