Na quarentena, brasilienses curtem séries e filmes: veja dicas
Acessos aos serviços de streaming e plataformas de aluguel e venda de filmes têm crescido nos países atingidos pela pandemia do coronavírus
atualizado
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Shows e estreias de cinema adiados, festivais de música cancelados. Bares, restaurantes e shoppings também seguem fechados. Desde a declaração da pandemia do coronavírus pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a recomendação de isolamento para combate à proliferação da doença, diversos setores da indústria do entretenimento vêm sofrendo com a crise e instabilidade.
Se por um lado as produções culturais que necessitam de público presencial andam em baixa durante o período de quarentena, os serviços de streaming e sites de aluguel e venda de filmes têm tido crescimento vigoroso nos países atingidos pela pandemia. De acordo com a consultoria Nielsen, o uso dessas plataformas de vídeo teve aumento de 13% nos Estados Unidos, durante o último final de semana. Além disso, a audiência das TVs também subiu 6% no país, no mesmo período.
No Brasil, o dado mais recente foi mensurado pelo portal JustWatch — um site que informa aos usuários onde assistir a qualquer filme e série, com mais de 15 milhões de acessos mensais. De acordo com dados da empresa, entre os dias 9 e 17 de março, o aumento de tráfego no país foi de 37%. O Metrópoles conversou com alguns brasilienses que estão aproveitando a quarentena para maratonar séries e filmes.
Morador de Águas Claras, cidade com registro de casos de pessoas contaminadas com o novo coronavírus, Leonardo Resende (foto em destaque), de 26 anos, segue em isolamento com a família: a mãe, Roseli de Melo, 59 anos, o pai, Geraldo Magela, de 59, e o irmão caçula Eduardo Resende, 23. “Como temos gostos diferentes, na maioria das vezes eu assisto minhas séries preferidas sozinho”, conta Leonardo, criador do Hashtag Cinema.
“Pretendo desovar minha lista pessoal de filmes, como O Homem Invisível, alguns clássicos de Hollywood, mais precisamente uma maratona de Bette Davis, e dar continuidade em Glee, que eu parei em 2010”, afirma Leonardo.
Entre as indicações do brasiliense está a famosa produção norte-americana Breaking Bad. “Sempre quis ver, mas ao mesmo tempo protelei para que a série finalizasse. Para a minha surpresa, tem cinco temporadas. Acho que achei um bom momento para isso”, diz o cinéfilo de carteirinha que, em apenas quatro dias, zerou todas as temporadas de A Maldição da Residência Hill.
“Por ser um amante muito louco da sétima arte, nesse sentido, minha rotina não mudou muito. Eu só ganhei mais tempo para ver aquilo que estava planejando. Mas o cinema tem ajudado como sempre ajuda: como acalento e conforto”,completa Leonardo.
As amigas Ingrid Dhamares, 25 anos, Vitória Neiva, 22, e Lorena Mendes, de 29, estão em quarentena juntas desde o último dia 19 de março. O isolamento acabou se tornando uma eterna festa do pijama para as brasilienses, com direito a muitas bebidinhas, lanches e, claro, Netflix.
Neste período, as jovens estão aproveitando para maratonar produções como The Walking Dead, Grey’s Anatomy e a versão brasileira do reality show The Circle. “Como estamos em três, acabamos fazendo indicações umas as outras e, todos os dias, separamos alguns títulos para maratonar”, considera Ingrid.
Com mais de 40 anos de carreira, o rapper brasiliense Japão teve de adiar apresentações e projetos musicais devido à pandemia do coronavírus. O artista, morador de Ceilândia, explica que tenta dividir seu tempo em frente à TV entre os noticiários diários, séries e filmes.
“Sou cinéfilo por natureza, assisti a todos os filmes e documentários referentes à Segunda Guerra Mundial. Estou chegando a quase 135 filmes e série sobre esse tema. Com essa quarentena consigo terminar os que faltavam”, ressalta Japão.
De acordo com o músico, sua preferência é por obras que retratem a realidade e lhes traga conhecimento, como Califado, a produção da vez. O ceilandense indica para o período de quarentena filmes como Luta por Justiça, Parasita e os biográficos como Bohemian Rahpsody e Rocketman. “Gosto de ver o mundo refletido nas telas”, conclui.
