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Violinista trans quer se tornar a Pabllo Vittar da música new age

Apesar dos desafios, Nathália Rodrigues é sucesso na internet, além de ser a primeira mulher trans em uma orquestra sinfônica do Brasil

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Imagem colorida de uma mulher segurando um violino | primeira violinista trans de uma orquestra brasileira
1 de 1 Imagem colorida de uma mulher segurando um violino | primeira violinista trans de uma orquestra brasileira - Foto: Reprodução

Aos 26 anos, a violinista Nathália Rodrigues vem conquistando um espaço especial na música. Além de ser a primeira mulher transexual em uma orquestra sinfônica brasileira, a artista também populariza o instrumento com postagens nas redes sociais e eventos por todo o país. Uma das estratégias é tocar versões de músicas populares e canções de aberturas de animes e desenhos enquanto está vestida como os personagens.

Com cerca de 15 mil seguidores no Instagram, o talento de Nathália já chamou a atenção de grandes personalidades da música internacional, como o produtor Poo Bear, que tem em seu currículo trabalhos com Justin Bieber e Anitta. Inspirada por Pabllo Vittar, a violinista almeja se tornar uma grande referência na música, apesar dos desafios enfrentados por mulheres trans.

“Sinto que uma hora será a minha vez. Eu pretendo ter a minha carreira sozinha com o violino. Na Irlanda, um público gigante se une para assistir um violinista, o que não acontece no Brasil. Quero ser como a Pabllo Vittar, mas no violino”, afirma a musicista.

Como violinista contemporânea, Nathália incorpora elementos da música celta, new age, clássica, pop e eletrônica em seus trabalhos. Ela ganhou destaque ao viralizar com um cover de Let Me Love You, de Justin Bieber. Embora o violino seja tradicionalmente associado à música erudita, Nathália compartilha sua rotina nas redes sociais de maneira autêntica e acessível.

“Eu não faço muita coisa de luxo. Eu gravo coisas causais, como bastidores das Orquestras. E fica muito natural já que o meu jeito é muito assim. Eu fico muito feliz de ir expandindo o meu trabalho, de maneira orgânica”

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pesar do instrumento ser visto como uma arte erudita, Nathália compartilha a rotina nas redes sociais com autenticidade.
Durante a pandemia, ela encontrou na música um refúgio e se aprofundou nos estudos.
Em 2022, a violinista publicou um EP nas plataformas de áudio com covers de músicas de New Age.
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Como uma violinista contemporânea, Nathália usa a música celta e new age nos seus trabalhos, além de clássica, pop e eletrônica.

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pesar do instrumento ser visto como uma arte erudita, Nathália compartilha a rotina nas redes sociais com autenticidade.

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Durante a pandemia, ela encontrou na música um refúgio e se aprofundou nos estudos.

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Em 2022, a violinista publicou um EP nas plataformas de áudio com covers de músicas de New Age.

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Em busca de mais protagonismo como violinista, Nathália também investe em projetos pessoais, incluindo sua carreira como atriz, com participações em novelas. Além disso, ela já esteve presente em batalhas de MC’s e se apresentou em consulados, como o da Irlanda, um país que valoriza profundamente o violino.

Todas essas empreitadas mostram a versatilidade da artista. “Eu sou uma violinista bem eclética”, pontuou.

Este também é o resultado de anos de experiência e prática. Ainda no colégio, Nathália começou a estudar música, por incentivo dos avós, que a apresentaram ao violinista André Rieu.

Durante a pandemia, ela encontrou na música um refúgio e se aprofundou nos estudos. Foi então que Nathália conquistou um espaço na Orquestra Sinfônica da Baixada Fluminense, onde toca até hoje. Em 2022, a violinista publicou um EP nas plataformas de áudio com covers de canções new age.

 

Desafios como mulher trans na música

Apesar das vitórias, a violinista pontua os desafios de conquistar um espaço na música devido a transfobia. “Falaram que eu nunca ia conseguir nada na vida por eu ser trans. Ainda tentam me jogar para baixo o tempo todo. Mas eu demonstro minha resposta na minha arte”, relatou.

Lidar com esse padrão de comportamento não é algo novo para Nathália, que precisou enfrentar a LGBTQIAP+fobia até mesmo antes da transição. “Eu sofria muito preconceito, até saía por um portão diferente na escola. Hoje, eu vejo que os jovens abraçam isso [as diferenças]. Eu sou muito bem-vinda”, conta.

“Eu fico surpresa que eu, uma mulher trans de 26 anos, viva em um país onde a expectativa de vida de mulheres trans é 35 anos, sou convidada para me apresentar em lugares como colégios militares”, afirma.

Apesar do preconceito, ainda presente, Nathália também recebe muito carinho do público que a assiste tocar. Recentemente, ela chegou a registrar o momento em que é aplaudida após uma apresentação no Instituto Federal do Rio de Janeiro. “Eu não esperava que ia receber este apoio. E meu coração ficou quentinho”, comentou.

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