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Vídeo: Criolo reflete sobre suas raízes e a influência do subúrbio

Em entrevista ao Metrópoles no Festival CoMA, Criolo, que cresceu no Grajaú, em SP, refletiu sobre a influência do subúrbio em sua carreira

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1 de 1 Foto em preto e branco de Criolo - Metrópoles - Foto: Reprodução

Nascido e criado no Grajaú, um dos bairros periféricos de São Paulo, Criolo emergiu como uma das vozes mais autênticas e influentes da música brasileira contemporânea. Em entrevista ao Metrópoles nos bastidores do Festival CoMA, no último sábado (10/8), o cantor e compositor refletiu sobre as raízes de sua música e o impacto duradouro que o ambiente periférico teve em suas vida e carreira.

Criolo começou a compor ainda jovem, cercado pelas influências musicais que permeavam a viela onde vivia. “Morando naquela favela, naquele barraco, eu acabava escutando música de muitos lugares do Brasil”, relembra. A proximidade entre as casas permitia que as melodias regionais, trazidas por fitas cassete dos cantos mais distantes do país, se misturassem e criassem uma rica tapeçaria sonora que seria fundamental em sua formação artística.

Essa “escola” de música regional, como ele descreve, não era algo que se ouvia na rádio ou na televisão, mas sim nas ruas, nos lares dos vizinhos. Essas influências, invisíveis para muitos, tornaram-se a base sobre a qual Criolo construiu sua carreira.

“A escrita foi o início de tudo. Com 12, 13 anos de idade, tentando de algum jeito ver se eu existia no mundo realmente. Bem inocente, descrevendo uma rotina muito dura. Acabou que descrever esse ambiente [do subúrbio] tinha um certo desafio de achar alguma saída. A música, a poesia e o rap para mim foram essa saída”, salientou o cantor.

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Criolo foi indicado ao Grammy Latino três vezes

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“Aos 15 anos de idade, já fazia três, quatro anos que eu escrevia. Então eu percebi que eu era capaz de fazer alguma coisa e isso foi transformador para mim”, confessa.

As letras de Criolo capturam a essência de uma vivência marcada pela “tristeza, dor, frustração, medo”, mas também pelo “desejo de levar orgulho para os pais e existir”, como o músico aponta. Essa dualidade, de luta e esperança, permeia suas composições e ressoa com muitos que compartilham experiências semelhantes, o que explica o sucesso do cantor.

Apesar de uma carreira marcada por sucesso e reconhecimento, incluindo seis indicações ao Grammy e parcerias com Milton Nascimento, Ney Matogrosso e Alcione, Criolo mantém a humildade e a ambição que o caracterizam.

“Eu sou sonhador, tem muita coisa para fazer. Não fiz nada ainda”, afirma. Para ele, as indicações ao Grammy têm um valor especial, especialmente aquelas relacionadas à escrita de canções. “Para quem vem do rap, a escrita é muito importante, então ter três indicações ao Grammy como escrita de canção brasileira, para mim, é muito, muito especial”, afirma.

Veja o vídeo da entrevista:

 

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