“Triste e impactado”, diz Gilberto Gil após morte da “irmã” Gal Costa
Cantor foi um dos grandes parceiros musicais de Gal Costa e participou da estreia dela com o espetáculo Nós, Por Exemplo, em 1964
atualizado
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O cantor Gilberto Gil lamentou a morte da cantora Gal Costa, aos 77 anos, na manhã desta quarta-feira (9/11). A artista, considerada musa da Tropicália, estava afastada dos após passar por uma cirurgia de retirada de nódulo na fossa nasal direita. A causa da morte, contudo, ainda não foi confirmada.
“Muito triste e impactado com a morte de minha irmã gaúcha”, lamentou o músico.
Trajetória
Atriz, compositora e cantora com grande influência no tropicalismo e na MPB, Gal estreou em 1964 ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Tom Zé e outros, o espetáculo Nós, Por Exemplo…, que inaugurou o Teatro Vila Velha, em Salvador.
Nesse mesmo ano, a cantora participou de Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova, no mesmo local e com os mesmos parceiros. Deixou Salvador para viver na casa da prima Nívea, no Rio de Janeiro, seguindo os passos de Maria Bethânia, que havia estourado como cantora no espetáculo Opinião.
A primeira gravação em disco se deu no disco de estreia de Maria Bethânia (1965): o duo Sol Negro (Caetano Veloso), seguido do primeiro compacto, com as canções Eu vim da Bahia, de Gilberto Gil, e Sim, foi você, de Caetano Veloso – ambos lançados pela RCA, que posteriormente transformou-se em BMG (atualmente Sony BMG) – gravadora à qual Gal retornaria em 1984, com o álbum Profana.
Em 1968, Gal gravou duas músicas do álbum do Tropicália ou Panis et Circencis, lançado por ela, Caetano, Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes e Tom Zé e também esteve presente no 4º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com a música Divino Maravilhoso, a qual lhe concedeu o 3º lugar. No ano seguinte, mais dois álbuns foram lançados, Gal Costa e Gal, com músicas de Roberto Carlos e Erasmo Carlos.
Durante o período de Ditatura Militar no Brasil, Gal Costa virou representante do tropicalismo no país. Com o álbum Fa-Tal: Gal a Todo Vapor gravado ao vivo, a cantora reforça a sua representatividade dentro do Tropicalismo, enquanto os seus parceiros Caetano e Gil estavam exilados.
Em 1993, Gal lançou o premiado disco O sorriso do gato de Alice, produzido por Arto Lindsay, com o sucesso Nuvem Negra (Djavan). Desse disco gerou-se o show de mesmo nome, com direção de Gerald Thomas, que causou polêmica por Gal cantar a música Brasil com os seios nus.
Ao longo de seus mais de 55 anos de carreira, Gal lançou 43 álbuns, tendo 12 DVDs gravados e 16 participações especiais na televisão. Já foi indicada cinco vezes ao Grammy Latino e foi vencedora do Prêmio da Música Brasileira (2016) na categoria de melhor cantora.