Cantora Marvvila segue os passos de Ludmilla e traz voz ferminina ao pagode
Cantora lança Dizendo por Dizer, primeiro single de uma série que chegará ao mercado fonográfico ainda em 2020
atualizado
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Desde a chamada Era de Ouro, na década de 1990, até a chegada de novos expoentes do gênero como Ferrugem, Dilsinho e o grupo brasiliense Menos é Mais, o pagode sempre foi um ritmo com mercado dominado pelos homens. Com o lançamento de Dizendo por Dizer, a ex-The Voice Marvvila pretende romper essa tradição e se impõe como a nova voz feminina do segmento.
Para a cantora, o pagode já tem um público muito feminino e só faltava uma mulher subir no palco. “É muito gratificante receber mensagens de meninas que começaram a soltar o cabelo depois que me viram. É isso que quero continuar fazendo. Mostrar que podemos nos vestir e cantar o que quisermos. Quero arrastar mulheres a se sentirem encorajadas para interpretar esse gênero. Precisamos ocupar nosso espaço, assim como já fizemos no samba e no sertanejo”, afirma Marvvila, em entrevista ao Metrópoles.
Trajetória
Nascida e criada em Bento Ribeiro, subúrbio do Rio de Janeiro, Kassia Marvila começou a cantar aos 5 anos de idade, na igreja em que frequentava com a família. “Não vim de família de músicos, mas meus pais me incentivavam muito a cantar e sempre fiz isso por amor”, conta. Em 2012, conheceu o pagode pelos versos do cantor Ferrugem, que ainda engatinhava em direção ao reconhecimento nacional.
“A voz do Ferrugem bateu diferente em mim quando eu ouvi pela primeira vez. Por isso, fui passando para esse gênero que eu gosto tanto. Eu também ouço sertanejo, gosto das letras e da força que a Marília Mendonça tem na voz”, elogia.
Aos 17 anos, em 2016, decidiu arriscar e se inscreveu para o The Voice Brasil e foi longe. Sua participação lhe rendeu o primeiro contato com grandes palcos, onde conquistou diversas oportunidades e os primeiros fãs. “Foi fundamental para começar a olhar o canto como uma profissão. Já cantei muitas vezes de graça, só pelo prazer. Mas, depois do reality, as pessoas começaram a me ouvir melhor, a me respeitar mais e a me darem mais valor. Além de ser uma projeção muito grande, meus vídeos começaram a viralizar na internet também”, considera.
Conhecida por entoar clássicos do R&B e pop internacional no palco do reality show global, em 2016, a artista garante que a transição para o ritmo brasileiro aconteceu de forma natural. “Sempre ouvi de tudo, mas o público do pagode me abraçou de uma forma muito bonita depois do The Voice. O gênero veio do samba, mas se modernizou, então traz instrumentos do pop internacional, como a guitarra, o teclado, o sopro. Acho que consigo misturar os meus gostos no pagode”, explica Marvilla.
Nova fase
Para se jogar com segurança, Marvvila iniciou uma caminhada no ritmo em 2018. Começou a divulgar vídeos caseiros para mostrar sua potência vocal no estilo, fez dueto com Ferrugem, e, mais recentemente, participou do EP de pagode de Ludmilla, o Numanice, na faixa Não é por Maldade. A carioca reconhece que ainda tem uma estrada longa pela frente. “É um desafio muito grande. Sempre tive essa preocupação, mas o termômetro da rua foi me mostrando que posso entrar no gênero”, diz a pagodeira.
Apesar de a composição de Dizendo por Dizer ser assinada por um homem, Brunno Gryel, o BG, o hit traz o ponto de vista de uma mulher sobre o relacionamento. “O BG entende muito bem o que quero passar. É muito talentoso e sensível. E é isso que quero fazer no pagode, trazer o lado feminino nessas histórias românticas”, pontua.
Disponível em todas as plataformas musicais de streaming como Spotify, Deezer e Apple Music, o single teve uma estreia muito boa e orgânica. Só o videoclipe no YouTube, com direção de Rômulo Menescal, já somou quase meio milhão de views em apenas três dias no ar. “Vou trabalhar bastante essa música. Ainda vou lançar mais singles ainda neste ano. E, no momento, só penso em quando vou poder subir no palco e ver se Dizendo por Dizer chegou ao povo, às ruas. Tudo tem seu tempo, lógico. Mas estou ansiosa para receber esse calor humano”, conclui.