Sertanejos lideram volta aos palcos após restrições impostas pela Covid-19
Wesley Safadão esgotou ingressos em 5 minutos. De acordo com os artistas, a retomada das apresentações tem sido bem recebida pelo público
atualizado
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Desde que as medidas de contenção do coronavírus foram adotadas no Brasil, inúmeros shows e festivais de música tiveram que ser cancelados. De marços aos dias atuais, as lives foram uma saída encontrada para suprir gastos e manter o contato com os fãs, mesmo assim, os artistas se ressentiam da ausência de shows presenciais. A atual queda dos números de casos de Covid-19 no país e a liberação das apresentações em alguns estados, motivou grandes nomes da música a anunciarem a volta aos palcos. Marília Mendonça, Safadão, Zé Neto e Cristiano, Cleber e Cauan e Zezé di Camargo e Luciano integram a lista dos artistas estão com apresentações agendadas.
Volta aos palcos
As lives de Marília Mendonça estão no ranking das transmissões que tiveram maior audiência nos últimos meses. A cantora afirmou ao Metrópoles que, em abril, mais de mais 3,2 milhões de fãs assistiram sua apresentação ao vivo.
Entretanto, a artista não esconde a felicidade ao falar sobre seu primeiro show com a presença do público após o início da pandemia. “É claro que a gente tem muita saudade de estar com o público, de sentir o calor humano, mas acho que vai dar para matar a saudade dos palcos, estou muito animada”, contou.
A Rainha da Sofrência irá se apresentar neste fim de semana em Brasília, no Royal Weekend, que aposta em um formato diferente de apresentações. O evento será no hotel Royal Tulip e os artistas performarão na área da piscina e em um palco montado no bar do local.
Também neste fim de semana, em Brasília, haverá show de Cleber e Cauan. A apresentação será no dia 7 de novembro, no Café Banana, no complexo Lake Side. Apesar de o local ter capacidade para 400 pessoas, o Acústico Prime terá capacidade limitada a um público de, no máximo, 150 pessoas.
No final do mês de outubro, época que estava em vigência o período de campanha eleitoral nos municípios brasileiros, Wesley Safadão se queixou durante uma live do Garota VIP: “Não pode fazer show, mas pode fazer comício”, criticou. O artista sempre esteve no time dos cantores que defendiam o retorno das apresentações presenciais.
A volta de Safadão aos palcos já tem data para acontecer: 21 de novembro, na Arena das Dunas, em Natal, no Rio Grande do Sul. Segundo a assessoria do artista, os ingressos do projeto WS Limited foram esgotados em menos de 5 minutos.
“Estou muito feliz em saber que os ingressos do show que acabamos de anunciar esgotaram, isso só demonstra o amor que vocês têm comigo e com a minha carreira, e eu quero retribuir isso com muita música e alegria”, celebrou o artista. Além do show, em fevereiro, o artista pretende gravar um DVD a bordo de um cruzeiro.
A dupla Zé Neto e Cristiano compartilha do mesmo sentimento de alegria pelo retorno das apresentações. “Estamos ansiosos para retornar aos palcos, poder sentir nosso público mais de perto não tem preço”, destacou Zé Neto. O retorno dos sertanejos será em 12 de dezembro, no Villa Country, em São Paulo.
Ademais, ele menciona a importância de manter todos os cuidados para evitar a disseminação do coronavírus.
“Vamos retornar com muita responsabilidade tomando todas as precauções necessárias para manter a segurança de todos. O principal é levar entretenimento e mais leveza na tentativa de amenizar tudo que passamos nessa pandemia”, pontuou Zé Neto.
Impacto da pandemia
O setor do entretenimento foi um dos primeiros a serem afetados pela pandemia no país. Em junho, uma pesquisa da Abrape (Associação Brasileira de Promotores de Eventos) mostrou que o cancelamento de eventos no Brasil pode deixar mais de 3 milhões sem trabalho e, a perda média por empresa, naquele mês, já chegava a 1,16 milhão de postos de trabalho.
O levantamento mostrou ainda que até o início da crise no setor, cerca de 1,8 milhão de profissionais diretos e terceirizados atuavam no segmento. O estudo apontou que, com o cancelamento e adiamento de eventos mais de 240 mil profissionais haviam perdido seus empregos até o final de abril.
O produtor Rafael Godoy, CEO na Live Experience 4You, ressalta a questão da quantidade de empregos que estão atrelados ao entretenimento. “Por trás dos shows existe uma bateria de pessoas com empregos diretos e indiretos, que se mantem com esse trabalho gerado pelo show business. Podemos listar vários setores que foram afetados, desde os atendentes da bilheteria a equipe de segurança, fornecedores, empresas gráficas, veículos de comunicação, empresas de bebidas, decoração, e muitos outros”, elencou.
“Tínhamos grandes shows previstos para acontecer em Brasília neste ano, no Mané Garrincha, mas foram adiados. Grande parte das operações de shows internacionais que passarão pelo Brasil devem acontecer somente a partir de julho ou agosto do ano que vem, de acordo com o cenário que eu tenho observado”, explicou Godoy, que produz shows nacionais e internacionais.