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Seis motivos pelos quais ainda amamos Kurt Cobain

Neste 5 de abril, quando se completam 25 anos de morte de Kurt Cobain, o que pode explicar a sua influência tão duradoura?

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1 de 1 kurt-cobain - Foto: Divulgação

Cabelos loiros despenteados, olhos azuis de uma tristeza sem fim. Kurt Cobain ainda é um dos rostos mais emblemáticos da década de 1990, e o músico mais importante do grunge. O eterno líder do Nirvana lutou contra heroína, depressão, doenças, mas o peso e a pressão da fama foram demais para ele, que, aos 27 anos, se matou. Nos 25 anos da morte de Kurt Cobain, em 5 de abril de 1994, veja seis motivos que explicam sua influência tão duradoura.

1 – Kurt estava à frente de seu tempo na defesa dos direitos humanos e contra a homofobia, o racismo e o machismo

“Deus é gay” era a frase com que Kurt Cobain costumava pichar carros em sua cidade natal, Aberdeen, no Estado de Washington. E, em muitas ocasiões, ele saiu em defesa das mulheres e batalhou contra a homofobia, o sexismo e o racismo. Certa vez, disse ser gay só para irritar os homofóbicos e a ala machista do rock, e até sua mãe. “Estou enojado com a minha apatia e a da minha geração, que deixa que continue e não enfrenta o racismo, o sexismo, a homofobia.”

2 – Ele tinha todas as qualidades para ser chamado de um cara legal, mas não dava a mínima para isso

“O que é ser legal? Quem sabe? Quem se importa? Se ser legal é importante para você, você é um idiota!”, Kurt Cobain disse em entrevista de 1991. “Eu não sou ambicioso, não somos uma nova tendência. Nunca quisemos ou tentamos ser legais, ou ser uma banda badalada. Isso nunca passou pela nossa cabeça.”

3 – A música que ele criou inspirou várias gerações

Seria bem mais fácil fazer uma lista com quem o Nirvana não influenciou do que com os que a banda inspirou. Lana Del Rey, Blink-182, Justin Timberlake e Jay-Z já citaram canções do Nirvana nas próprias letras. “Cobain mudou o rumo da música”, disse Vernon Reid, do Living Color. “Hendrix foi fundamental, Cobain foi fundamental.” O Nirvana inspirou o surgimento de um milhão de bandas de garagem e ajudou a promover o “faça você mesmo”, que está em tudo, do indie ao pop. Os acordes iniciais de Come As You Are podem, até hoje, ser ouvidos em qualquer aula de um aprendiz de guitarra. Kurt Cobain apresentou a música alternativa a legiões de fãs, levando ao mainstream bandas como Soundgarden, Pearl Jam e os favoritos de Kurt, The Pixies.

4 – Impossível esquecer suas apresentações lendárias

Qualquer um que tenha visto o Nirvana tocar ao vivo pode atestar o poder das performances. Visceral, transpirando ousadia e atitude, assim era Kurt Cobain. Seu show no Reading Festival, em 1992, foi impressionante. Era agosto e circulavam rumores de que Kurt tinha sido preso ou de que estava passando mal. Em resposta, ele subiu ao palco em uma cadeira de rodas, vestindo um roupa de hospital e uma peruca loira. Foi a primeira vez que o Nirvana encabeçou o festival, mas também a última apresentação no Reino Unido.

5 – Suas palavras permanecem importantes até hoje

Diante do culto que cresceu em torno da música do Nirvana e da morte de Kurt Cobain, é bom lembrar que ele não tinha medo de falar o que pensava e, em algumas entrevistas, suas palavras soam surpreendentemente contemporâneas e, em vários casos, são assustadoras, quando se olha em retrospecto. “Nunca quis cantar. Eu só queria tocar guitarra de ritmo”, “Eu definitivamente me sinto mais perto do lado feminino do ser humano do que do macho”, “O dever da juventude é desafiar a corrupção”, “Queria ser adorado como John Lennon, mas ter o anonimato de Ringo Starr”, “Eu realmente sinto falta de poder me misturar com as pessoas”, “A música rap é a única forma vital de música introduzida desde o punk rock.”

6 – No último disco, Kurt Cobain mostrou o caminho a seguir

O show da MTV Unplugged, lançado como álbum após a morte de Kurt Cobain, mostrou como a banda poderia ter sobrevivido a longo prazo. É incomum para um registro ao vivo, mas Kurt evitou os hits da banda em favor de canções mais obscuras. Foi emocionante ver Kurt tocar cercado por lírios (as flores da morte), usando seu enorme cardigã. Seus dedos às vezes se atrapalhavam com o violão desconhecido, mas isso só reforçava a fragilidade de suas letras. Se a banda precisava achar uma maneira de sair da zona de conforto era essa. Kurt já havia dito que esse era um caminho que ele queria explorar. “Pode ser legal começar a tocar violão e ser visto como um cantor e compositor, em vez de um roqueiro do grunge, porque eu poderia usar isso quando for mais velho”, disse em 1993. “Eu poderia sentar em uma cadeira e tocar violão como Johnny Cash ou algo assim, e não será uma piada.”

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