Roger Waters diz que roupa nazista usada em show é protesto antifascista
Fundador do Pink Floyd causou polêmica após se apresentar na capital alemã usando uma roupa em estilo nazista
atualizado
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O cantor e compositor Roger Waters, um dos fundadores do Pink Floyd, usou as redes sociais para esclarecer que o polêmico figurino em estilo nazista, usado por ele em um show em Berlim, na Alemanha, é um protesto contra “o fascismo e a intolerância”.
As imagens da apresentação realizada em 17 de maio em Berlim, como parte da This Is Not a Drill, mostram Waters vestindo um casaco preto longo e uma braçadeira vermelha, com dois martelos cruzados no meio, que remetem a grupos supremacistas brancos. A iconografia também apareceu em figurinos de um filme baseado no álbum de sucesso de 1979 do Pink Floyd The Wall.
“Minha recente apresentação em Berlim atraiu ataques de má-fé daqueles que querem me caluniar e me silenciar porque discordam de minhas opiniões políticas e princípios morais”, afirmou o músico de 79 anos em um comunicado nas redes sociais.
Para além de críticas, o gesto de Waters em Berlim levou a polícia alemã a abrir uma investigação contra ele.
“Os elementos de minha performance que foram questionados são claramente uma declaração em oposição ao fascismo, injustiça e fanatismo em todas as suas formas. As tentativas de retratar esses elementos como algo diferente são dissimuladas e politicamente motivadas. A representação de um demagogo fascista desequilibrado tem sido uma característica dos meus shows desde The Wall do Pink Floyd em 1980″, alegou o vocalista.
E foi além: “Passei minha vida inteira falando contra o autoritarismo e a opressão onde quer que os veja. Quando eu era criança, depois da guerra, o nome de Anne Frank era frequentemente falado em nossa casa, ela se tornou um lembrete permanente do que acontece quando o fascismo não é controlado. Meus pais lutaram contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial, com meu pai pagando o preço final”, disse o músico.
Durante a polêmica apresentação, Waters exibiu os nomes de Anne Frank, adolescente judia morta em um campo de concentração, e Shireen Abu Akleh, jornalista palestina-americana do canal Al Jazeera, morta em uma operação israelense em maio de 2022.
“Independentemente das consequências dos ataques contra mim, continuarei a condenar a injustiça e todos aqueles que a cometem”, concluiu.