Rest in Power: entenda o epitáfio antirracista de adeus à Elza Soares
Símbolo do movimento negro brasileiro, a cantora morreu nesta quinta-feira (20/1), aos 91 anos, de causas naturais
atualizado
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Assim que foi noticiada a morte da cantora Elza Soares, nesta quinta-feira (20/1), aos 91 anos, o termo Rest in Power tomou conta das redes sociais. O epitáfio é usado por militantes da causa antirracista sempre que um símbolo da comunidade negra falece, e tem sido replicado no adeus à Cantora do Milênio.
Rest in Power, ou descanse no poder (em tradução livre), é uma variação de Rest in Peace, descanse em paz. Mais que uma forma de despedida, é um chamado para que a luta por justiça social não pare. Durante sua trajetória, Elza deu voz não só à causa da igualdade racial, mas também cantou sobre o respeito à diversidade de gênero e pelo fim da fome e desigualdade no Brasil.
No legado da artista, canções como A Carne, lançada em 2002, e as mais recentes, Brasis e Libertação, do álbum Planeta Fome, são considerados hinos do movimento antirracista brasileiro.
Munidos da hashtag #restinpower, famosos e anônimos deixaram suas homenagens para intérprete. “Fez muito. Fez tudo. Com louvor. Viva Elza!”, escreveu Ptitty, no Twitter. “O verdadeiro ‘Rest in Power’, que poder!”, pontuou o jornalista Arthur Herdy. “A carne mais barata do mercado é a carne negra! Rest in Power Elza Soares”, entoou outro.
🎶 A carne mais barata do mercado é a minha carne negra 🎶
Rest In Power Elza Soares. ❤️ pic.twitter.com/5M956dYpIg— Cláudio Márcio 🚩✊🏿 (@ClaudioMarcio) January 20, 2022
Partida de Elza Soares
De acordo com o empresário Pedro Loureiro, Elza Soares partiu em paz e conversou com os familiares como se soubesse que seria seu último dia ao lado deles. “Eu acho que eu vou morrer”, teria dito a Cantora do Milênio. Ele também revelou que a sambista gravou um DVD nos dias 17 e 18, mas que acordou mais cansada nesta quinta (20/1).
Uma ambulância chegou a ser chamada, após indicação do médico de Elza, mas ela não resistiu. “Foi uma morte tranquila, sem traumas, sem motivo. Morreu de causas naturais. Esse, aliás, era um grande medo dela: ter uma morte sofrida, por doença. Hoje, ela simplesmente desligou”, afirmou Pedro.
O corpo de Elza Soares será velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A cerimônia acontece nesta sexta-feira (21/1), ainda em horário a ser confirmado.