Renato Matos e Cae Maia, pai e filho, fazem o primeiro show juntos
O veterano multi-instrumentista e o filho se revezam entre instrumentos e faixas autorais em apresentação nesta sexta (4/6), no C’est la Vie Bistrô & Creperia
atualizado
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Quando perguntado se o “Noções Unidas” é mesmo o primeiro show de pai e filho juntos, Renato Matos desconversa com o bom humor de sempre. “Não, ele tá sempre aqui comigo. Vai ser como se estivéssemos em casa”. Nesta sexta (3/6), no C’est la Vie Bistrô & Creperia, o multi-instrumentista e Cae Maia se revezam entre tambor, guitarra, violão e baixo e tocam músicas um do outro.
Matos classifica a apresentação como um “unplugged”, em referência aos acústicos da MTV. “A gente vai tocando e vê no que dá”, diz o músico de 64 anos.No palco, as experimentações com ruídos e sonoridades extraídas de objetos típicos do baiano dão lugar à “música normal”, segundo ele. “Prefiro não misturar as coisas. Lá, será voz e violão, eu e ele”. Para o filho, é “brincadeira séria”. “Eu sou o único filho que mora aqui. Fico com a responsabilidade de visitar o velho. Vamos mostrar o que acontece nessas visitas”, brinca Maia, que completa 30 anos neste domingo (5/6).
Pai e filho: música sem rótulos
Maia participa da carreira do pai desde pequeno. Aos 3 anos, fez ponta no disco “Plug” e, em seguida, contribuiu na capa de “After Reggae”. A vida artística se lançou por caminhos variados, do teatro, trabalhando como iluminador em peças de Hugo Rodas e outros diretores, à cena noturna musical de Brasília. Em 2015, lançou o disco “Na Rua” com colaborações do pai e da irmã, a rapper Flora Matos. O primogênito, José Maia, é designer e artista plástico e mora em Portugal.
Conhecido como o “pai do reggae de Brasília”, Matos costuma rejeitar o rótulo. O filho segue por caminho parecido: prefere não engavetar seu estilo. “Tenho muito do som dele, algo que não se define. Ele sempre misturou reggae, samba, afoxé. Eu gosto de samba rock, rap, reggae. Me orgulho muito dessa influência”, descreve Maia.
Para um futuro próximo, Matos pretende retornar ao audiovisual após a experiência no documentário “Ziriguidum”, do amigo e conterrâneo André Luiz Oliveira. Ele deve formatar em DVD as experiências de Ruidismo Limítrofe, seu longevo projeto de pesquisa sonora. “O filme ‘Ziriguidum’ tá implícito nessa parada. Assim que pintar recurso, vou fazer”, diz o músico.
Show “Noções Unidas”, com Renato Matos e Cae Maia
Sexta (3/6), às 19h30, no C’est la Vie Bistrô & Creperia (408 Sul, bloco A, loja 5, 3244-6353). R$ 10. Classificação indicativa livre.