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Relembre a trajetória de Elza Soares, uma das maiores vozes do Brasil

Cantora morreu de causas naturais, aos 91 anos. Informação foi confirmada pela assessoria

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1 de 1 ***morre_elza-soares - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O Brasil perdeu nesta quinta-feira (20/1) um dos maiores nomes da música popular brasileira: a cantora Elza Soares. Ela morreu, nesta quinta-feira (20/1), aos 91 anos de idade, de causas naturais em sua casa. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da cantora.

Nascida no subúrbio do Rio de Janeiro, em uma favela onde hoje está situada Vila Vintém, Elza da Conceição Soares é filha de um operário com uma lavadeira. Ela começou a cantar com o pai, que gostava de tocar violão nas horas vagas.

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Aos 91 anos, no dia 20 de janeiro de 2022, Elza faleceu de causas naturais, em casa. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da cantora
"A amada e eterna Elza descansou, mas estará para sempre na história da música e em nossos corações e dos milhares fãs por todo o mundo. Feita a vontade de Elza Soares, ela cantou até o fim"
Ao todo, Elza teve sete filhos. Aos 21 anos, Elza já era viúva do primeiro marido e tinha perdido dois de seus filhos, que morreram de fome
Mesmo com a dor, Elza presenteou o mundo com seu jeito único de cantar. Ela se tornou uma das maiores cantoras da história da música popular brasileira. Iniciou a trajetória nos concursos de rádio, no anos 1950. Nas décadas seguintes, construiu uma grande trajetória no samba
Ao longo da brilhante carreira, Elza Soares lançou 34 discos e, nos anos mais recentes, aproximou-se de sons contemporâneos, como o hip-hop e a música eletrônica
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Elza Gomes da Conceição nasceu na favela carioca de Moça Bonita, em 23 de junho de 1930

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Aos 91 anos, no dia 20 de janeiro de 2022, Elza faleceu de causas naturais, em casa. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da cantora

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"A amada e eterna Elza descansou, mas estará para sempre na história da música e em nossos corações e dos milhares fãs por todo o mundo. Feita a vontade de Elza Soares, ela cantou até o fim"

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Ao todo, Elza teve sete filhos. Aos 21 anos, Elza já era viúva do primeiro marido e tinha perdido dois de seus filhos, que morreram de fome

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Mesmo com a dor, Elza presenteou o mundo com seu jeito único de cantar. Ela se tornou uma das maiores cantoras da história da música popular brasileira. Iniciou a trajetória nos concursos de rádio, no anos 1950. Nas décadas seguintes, construiu uma grande trajetória no samba

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Ao longo da brilhante carreira, Elza Soares lançou 34 discos e, nos anos mais recentes, aproximou-se de sons contemporâneos, como o hip-hop e a música eletrônica

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O disco A Mulher do Fim do Mundo foi eleito pelo jornal The New York Times como um dos 10 melhores do ano de 2016. O último álbum dela foi Planeta Fome, lançado em 2019

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A morte da cantora ocorre exatos 39 anos depois da morte de Garrincha, com quem ela foi casada

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Elza Soares e Garrincha, ídolo do Botafogo, viveram um romance cheio de altos e baixos de 1966 a 1982. O relacionamento entre eles começou escondido, pois Garrincha era casado na época e a cantora foi taxada de amante do jogador e responsável pelo fim do matrimônio anterior dele. A paixão entre os dois durou 17 anos e eles tiveram um filho, Júnior, que morreu em 1986, em um acidente de carro

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Em 1963, ela gravou a canção Eu Sou A Outra, sobre o assunto, sacudindo a sociedade conservadora do Brasil

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Durante a ditadura, Elza e Garrincha precisaram se mudar para a Itália, depois que a casa onde moravam foi metralhada

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Lá eles ficaram amigos do casal Chico Buarque e Marieta Severo. De volta ao Brasil, a relação entre Elza e Garrincha foi marcada pelo alcoolismo do jogador e pela violência doméstica

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O casamento acabou após 16 anos, em 1982. O jogador morreu no ano seguinte, de cirrose

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Ao longo da vida, Elza também se tornou símbolo da resistência negra no Brasil e uma apoiadora da causa LGBTQ. No seu último aniversário, foi homenageada por Beyoncé

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A trajetória na música começou nos anos 1950, quando a carioca fez o seu primeiro teste na Rádio Tupi, no programa de calouros Ary Barroso, tendo ficado em primeiro lugar.

Em 1959 foi contratada para trabalhar na Rádio Vera Cruz e convidada a atuar no Festival Nacional da Bossa Nova. Três anos mais tarde, foi a representante do Brasil na Copa do mundo no Chile. Era o início de uma trajetória invejável que levou Elza a ser reconhecida nos anos 2000 pela BBC, em Londres, como a Melhor Cantora do Universo.

Ao longo de sete décadas, Elza presenteou o público com vários sucessos, entre eles Dentro de Cada Um, Exú nas Escolas, A Carne, Mulher do Fim do Mundo e Língua.

Seu penúltimo disco, A Mulher do Fim do Mundo, lançado em 2015, foi reconhecido pelo The New York Times como um dos melhores álbuns de 2016.

A artista também marcou a trajetória da luta negra, feminista e LGBTQIA+ no Brasil. Suas músicas costumavam falar sobre racismo, enquanto suas entrevistas à imprensa deixavam clara a vontade que a artista tinha de ver um mundo igualitário para todos, independentemente de credo, gênero ou cor.

Vida pessoal

Elza teve a infância interrompida cedo, aos 12 anos, por causa de um casamento arranjado.  Dessa relação nasceu João Carlos, que veio a falecer em decorrência de uma doença.  Com apenas 15 anos, Elza perdeu o seu segundo filho, que também morreu precocemente.  O casamento foi abruptamente interrompido com a morte do marido, deixando a cantora viúva aos 21 anos. Aos 27 anos, já era mãe de cinco crianças.

A Mulher do Fim do Mundo também é bastante lembrada pelo relacionamento intenso e conturbado com Garrincha. O namoro com o famoso jogador de futebol começou de forma clandestina porque ele era casado. Durante muito tempo, a então recém-cantora foi perseguida, acusada de ter sido a amante que deu fim ao matrimônio do ídolo.

Depois de algum tempo, Garrincha se divorciou e casou-se com Elza, com quem teve um filho e manteve uma relação por mais de dezessete anos. O filho, Júnior, faleceu em um acidente de carro em 1986.

Depois da aposentadoria dos campos, o atleta tornou-se alcoólatra e passou a agredir fisicamente Elza, que apesar de em uma ocasião ter chegado a ficar com dentes quebrados, não denunciou o caso. Dessa experiência de violência doméstica, muitos anos mais tarde, surgiu a canção Maria da Vila Matilde, onde a cantora canta: “Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim”

Elza publicou em 1969 um livro intitulado Minha vida com Mané, onde conta detalhes da história de amor que viveu com Mané.

Ela descansa exatos 39 anos após o ex-marido, que faleceu em 20 de janeiro de 1983, vítima de cirrose hepática, após sofrer um coma alcoólico no Rio de Janeiro.

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