Rapper Japão relembra sucessos e reedita parcerias no primeiro DVD da carreira

Há 26 anos circulando como um dos rappers mais produtivos do Distrito Federal, o ceilandense Japão mergulhou no passado para gravar seu primeiro DVD. Ele desbravou mais de 60 faixas para, por fim, fechar o setlist com apenas 14. “Cada música tem um endereço”, reflete.

A imersão nostálgica poderá ser acompanhada ao vivo durante a filmagem de “Japão (Viela 17) – 26 anos de Rap Nacional”, marcada para sábado (28/11), na Casa do Cantador. A entrada será aberta ao público mediante inscrição em lista de e-mail. O registro deve ser lançado entre março e abril de 2016.

Com clima de festa entre amigos, o líder do grupo Viela 17 recebe vários convidados no palco, como o mineiro Flávio Renegado e Marcão (do Baseado nas Ruas). Após quinze anos de encontros fortuitos, GOG e Mano Mix voltam a dividir o mesmo palco com Japão, reeditando a parceria que durou de 1992 a 2000.

O trio retorna aos anos 1990, período áureo do rap candango, por meio das músicas “Matemática na Prática” e “É o Terror”. “Foram as únicas duas músicas que não precisaram de ensaio”, brinca Japão. “Vamos fazer do jeito que ensaiamos quando lançamos as canções, em 1998 e 2000. Ficamos preocupados em manter a originalidade delas”.

“Tem uma galera que conhece as músicas dessa época, mas nunca viu essa formação ao vivo”, diz o cantor. Dino Black, outro elo da banda, teve que cancelar a participação no flashback por causa de conflitos de agenda.

Música feita na hora
Parceiro mais longevo, DJ Raffa descobriu o rapper num concurso de hip-hop e, desde então, atua como principal produtor do MC. Ele deve bolar uma música com Japão ao vivo, no improviso. “Ele é um dos grandes caras da minha carreira”, diz o cantor. “Não planejamos nada, nem loop nem sample. Vamos criar tudo na hora”.

Os primeiros passos de Japão no hip-hop também serão lembrados durante a gravação do DVD. O ceilandense localizou e convidou para o show integrantes de seu primeiro grupo, o Esquadrão MCs, formado em 1989. “Nem lembro tanto das faixas que cantava com eles. Mas a presença deles vai ser emocionante. Não fazem mais música, mas se sentiram felizes pela lembrança.

Bairrista orgulhoso do lugar onde nasceu, Japão escolheu a Casa do Cantador como um abrigo que transcende o rap. “A gente que é daqui sempre procura um ponto de referência”, explica. “É um local não somente dos nordestinos e dos violeiros, mas da cultura ceilandense.”

Sábado (28/11), às 19h30, na Casa do Cantador (Setor N, QNN 32, Área Especial, Ceilândia Sul, 9300-8177). Entrada franca mediante inscrição pelo e-mail listadvdjapao@gmail.com. Classificação indicativa livre. Os portões abrem às 18h30.