Projeto “Conversa de Sambista é Samba” irá reunir Noca da Portela, Zé Katimba e Tiãozinho da Mocidade na Caixa Cultural
De quinta (21/1) a domingo (24/1), os cantores e compositores relembram a história do samba e suas trajetórias no Teatro da Caixa
atualizado
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De quinta (21/1) a domingo (24/1), o Teatro da Caixa recebe o encontro histórico entre Noca da Portela, Zé Katimba e Tiãozinho da Mocidade no projeto Conversa de Sambista é Samba. Como o nome sugere, os baluartes da Portela, da Imperatriz Leopoldinense e da Mocidade Independente de Padre Miguel vão relembrar a história do samba e suas trajetórias a partir de músicas de sucesso. Confira o que vem por aí:
Noca da Portela
São 83 anos, sendo 62 dedicados ao samba. “Temos muita história para contar”, avisa Noca, autor de sucessos como “Ilumina” e “Peregrino”, ambas gravadas por Maria Bethânia e Paulinho da Viola, respectivamente.
“No show de Brasília, também devo cantar ‘Mil Réis’, parceria minha com Candeia, e ‘Vendaval da Vida’, com Delcio Carvalho. ‘É Preciso Muito Amor’ não pode ficar de fora. São inúmeras regravações, cinco ou seis delas, em outros idiomas”, diz, orgulhoso.
O repertório do compositor mineiro-carioca também deve incluir as composições do próximo disco, “Homenagens”. Com produção de Mauro Diniz, o CD tem duas parcerias inéditas: “Basta Papai”, escrita com Dona Ivone Lara, e “Coração Vadio”, com Nelson Cavaquinho.
Zé Katimba
Paraibano de Guarabira, o cantor e compositor de 83 anos é um dos fundadores do Grêmio Recreativo Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense. Ele também é autor de clássicos do samba, como “Do Jeito Que o Rei Mandou”, em parceria com João Nogueira, e “Disritmia”, escrita com Martinho da Vila.
Além delas, Zé Katimba – conhecido por exaltar as mulheres em suas composições – promete mostrar canções que descrevem o cenário político-social brasileiro de outras épocas.
“Martinho é um dos meus principais parceiros. Com ele, fiz ‘Bandeira da Fé’, música que foi censurada na ditadura. A letra diz: ‘Vamos levantar a bandeira da fé /Vamos nos unir que dá jeito/E mostrar que nós temos direito/ Pelo menos, à composição’. Ela só foi liberada após o fim do regime e gravada por Luiz Carlos da Vila”, conta Zé.
Tiãozinho da Mocidade
O vice-presidente do Museu do Samba (Mocidade Independente de Padre Miguel) é autor de vários sambas-enredos que fizeram história nos Carnavais. “Ziriguidum 2001”, de 1985; “Vira, Virou, A Mocidade Chegou”, de 1990; e “Chuê, Chuá, As Águas Vão rolar”, 1991, são algumas faixas que o compositor de 66 anos promete cantar para o público de Brasília.
“Por mim, cantava todos”, diz Tiãozinho , aos risos. “Será uma chance das pessoas conhecerem as histórias dos nossos serenos, do nosso dia a dia. Muita gente desconhece os bastidores da vida dos sambistas”, completa.
De quinta (21/1) a sábado (23/1), às 20h; e domingo (24/1), às 19h, no Teatro da Caixa Cultural (Setor Bancário Sul, Quadra 4, Lotes 3/4; 3206-9448). Ingressos a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Não recomendado para menores de 16 anos.