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Por que Drake foi o rapper mais ouvido de 2016? Entenda o fenômeno

Em 2016, Drake acumulou 1 bilhão de execuções no Spotify com a música “One Dance” e estourou de vez ao lançar o disco “Views”

atualizado

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Kevin Winter/Getty Images
Drake, Views
1 de 1 Drake, Views - Foto: Kevin Winter/Getty Images

Drake, canadense de voz delicada e jeito manso, tornou-se o rapper mais popular do mundo em 2016. Se “Hotline Bling” era ouvida por toda parte em 2015, “One Dance” conseguiu ir além: primeira música a ser tocada mais de 1 bilhão de vezes no Spotify. As duas canções figuram entre as 20 de “Views”, terceiro disco mais vendido do ano, atrás de Adele e Beyoncé, e o primeiro a registrar 1 bilhão de streamings na Apple Music.

Que as músicas de Drake são de fato sedutoras, disso ninguém duvida. O ar de romântico sofredor soma-se a timbres de voz mais próximos do R&B do que do rap tradicional. Ele já era popular em seus primeiros discos, “Thank Me Later” (2010) e “Take Care” (2011). Mas “Hotline Bling” e “One Dance” expandiram a fama para um nível inédito.

Abaixo, listamos dois motivos para entender a popularidade de Drake em 2016. O estilo distinto na comparação com outros rappers e a potente discografia ajudam a explicar as bilhões de vezes que músicas do rapper foram tocadas ao longo do ano. Confira:

A discografia não mente: do rap melódico ao dancehall
Drake soube lapidar bem a carreira. Sempre aberto a revelar suas influências, como Jay-Z e Kanye West, o canadense surgiu timidamente em 2006. Ele só ficou conhecido na cena com “So Far Gone” (2009), sua terceira mixtape. Daí em diante, deu passos cada vez mais largos.

Assinou com a Young Money, selo do amigo Lil Wayne, e gravou os discos “Thank Me Later” (2010) e “Take Care” (2011), em que conseguiu combinar as bases líricas do rap com o romantismo da R&B.

“Nothing Was The Same” (2013) funcionou como o típico projeto de hip-hop autobiográfico (clipe acima). Imerso no clima nublado de Toronto, Drake resgatou o dancehall, estilo jamaicano, para embalar os hits de “Views”.

https://youtu.be/rUz7M0FQNwY

Extravagante, mas também franco e sentimental
Em “Views”, Drake coleciona ruminações sobre relacionamentos dolorosos e pressões impostas pela fama. Tudo isso vem envolto numa atmosfera tão nebulosa quanto festiva. O canadense equilibra a franqueza do rap com a suavidade da música pop e encarna tanto a extravagância das celebridades quanto as preocupações do homem comum.

Até por isso, é frequente ver apreciadores puristas de rap torcerem o nariz para as baladinhas melancólicas e dançantes de Drake. Sim, ele costuma ser mais, digamos, suave do que a maioria dos seus pares – Lil Wayne incluído. Há também quem veja nas letras menos sexismo e mais respeito às mulheres do que de costume.

“Hotline Bling” e “One Dance” representam as credenciais óbvias e bilionárias de um artista cuja popularidade é inegável. Por isso, talvez seja oportuno ouvir esses hits em retrospecto: conhecendo ou revisitando os outros discos e músicas que levaram Drake à posição de rapper mais ouvido do mundo em 2016.

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