metropoles.com

Policial e rapper, Thiago Afonso une os dois universos com arte

O agente da Polícia Civil, conhecido artisticamente como TR, faz críticas ao sistema e busca o entreter com o rap

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Arquivo Pessoal
Thiago Afonso, o TR
1 de 1 Thiago Afonso, o TR - Foto: Arquivo Pessoal

Historicamente, as batalhas de rima e o rap são movimentos contra o sistema, com críticas ao abuso da violência do Estado nas comunidades. Por vezes, grandes nomes do gênero como Racionais MC’s e Orochi entraram em rota de colisão com policiais, mostrando o clima tenso entre as partes. No Distrito Federal, Thiago Afonso, policial civil de 29 anos de idade, é rapper e participante das batalhas de rima, é um exemplo de que é possível conciliar a atividade policial e o rap. Conhecido artisticamente como TR, o artista iniciou a caminhada ainda na escola, inspirado por Emicida.

7 imagens
Thiago Afonso é policial civil desde 2016
TR também realiza shows de rap na capital
Thiago Afonso concilia a vida de policial e rapper
TR produz e compõe as próprias músicas
TR com a ata de vencedor de uma Batalha de Rima
1 de 7

Thiago Afonso, o TR, na Batalha da Aldeia, em São Paulo

Arquivo Pessoal
2 de 7

Thiago Afonso é policial civil desde 2016

Arquivo Pessoal
3 de 7

TR também realiza shows de rap na capital

Arquivo Pessoal
4 de 7

Thiago Afonso concilia a vida de policial e rapper

Arquivo Pessoal
5 de 7

TR produz e compõe as próprias músicas

Arquivo Pessoal
6 de 7

TR com a ata de vencedor de uma Batalha de Rima

Arquivo Pessoal
7 de 7

Thiago Afonso, o TR

Arquivo Pessoal

Em 2013, quando realizou o concurso da Polícia Civil do Distrito Federal, Thiago já estava envolvido com o meio artístico. Tomou posse em 2016 e decidiu seguir com o rap e as batalhas de rima em paralelo com a nova profissão. A rotina, entretanto, não é fácil.

“É bem complicado e me exige muito, mas tenho conciliado bem. Nos tempos de folga estou sempre compondo, gravando, criando e participando das batalhas. Hoje, tento reservar uma parte do meu dia ao rap, da mesma maneira que faço para a polícia. A diferença é que no rap eu sou meu próprio chefe”, conta.

Nas músicas que compõe com o grupo de rap Bronx Hip Hop, ele busca o entretenimento. Quando está nas batalhas de rima, onde dois ou mais adversários se confrontam, tenta levar tudo em um clima de descontração, sem deixar de lado a propagação da cultura. Como referência, Thiago cita Gabriel Pensador, mas faz questão de ressaltar os nomes de Biro Ribeiro, Marinho, Heitor Valente e Dejah, artistas do Distrito Federal.

Na polícia

Ser policial e estar no ambiente do rap pode parecer controverso em um primeiro momento. As críticas do movimento musical ao militarismo estão presentes desde o fim da década de 1980, quando os primeiros grupos do estilo falavam sobre a realidade nas periferias do Brasil.

Em outros estados do Brasil, a criminalidade e o ambiente hostil fazem com que os policiais não se associem com o rap e as batalhas de rima, por conta do perigo. No Distrito Federal, o policial Thiago Afonso acredita que a situação é confortável para viver a vida dupla.

“Entendo que a criminalidade no DF existe, assim como em qualquer lugar do Brasil, mas em um nível controlado, graças ao bom serviço prestado pela polícias Civil e Militar. Estamos na capital federal, em uma cidade em que um policial consegue ir para o trabalho de metrô e fardado, algo que não acontece em outras grandes capitais do país. Na minha visão, esse bom trabalho das forças de segurança pública torna possível conciliar as profissões sem maiores problemas”, pondera.

Mesmo com letras e composições do rap direcionadas para a corporação em que trabalha, Thiago não se sente atingido e respeita a expressão dos outros artistas. “As batalhas de rima trazem críticas aos policiais corruptos, arbitrários, que abusam de sua autoridade, razão pela qual não me sinto atingido, tendo em vista que eu também faço duras críticas a esse tipo de ‘profissional'”, afirmou.

Ele também faz questão de desassociar a imagem do policial das pessoas opressoras: “Quando o rap transmite críticas ao sistema – que por vezes oprime, restringe acesso à direitos, é machista, homofóbico e racista –, eu entendo que as críticas são justas, dignas e motivadas. Em resumo, esse ambiente não vai de encontro aos meus princípios e muito menos ao fato de ser policial”.

Batalhas de rima

TR está na ativa e participa de disputas pelo Distrito Federal. No dia 28 de outubro, esteve na Batalha da Santinha, em Santa Maria, e foi o campeão. Com realização mensal, o evento é disponibilizada no YouTube. Na gravação, o rapper está de camisa vermelha, com o símbolo da Nike, e boné preto.

Quer ficar por dentro do mundo dos famosos e receber as notícias direto no seu Telegram? Entre no canal do Metrópoles: https://t.me/metropolesfamosos

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?