Polícia divulga vídeo de momento em que Seu Jorge sofre ataque racista
Delegada Andrea Mattos, titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, afirmou ser possível ouvir nas imagens gritos de “macaco”
atualizado
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A Polícia Civil divulgou um vídeo do momento em que o cantor Seu Jorge teria sofrido ataques racistas durante o encerramento de um show em Porto Alegre, na última sexta-feira (14/10).
A delegada Andrea Mattos, titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância, afirmou ser possível ouvir nas imagens o momento em que alguém grita “macaco”. Além disso, algumas pessoas teriam imitado o animal.
Veja:
Nessa segunda-feira (17/10), a Polícia Civil solicitou ao clube Grêmio Náutico União, onde ocorreu o show, que entregue as imagens de câmeras de segurança do local em até três dias.
A delegada pretende identificar os suspeitos do crime contra o cantor e ator. “Hoje [terça-feira], irei intimar o dirigente do clube e pegar identificação dos organizadores”, disse ela ao portal G1.
O caso está nas mãos da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI), do Departamento Estadual de Proteção aos Grupos Vulneráveis (DPGV), que tenta entender o que aconteceu no show do cantor.
Posicionamento de Seu Jorge
O cantor usou as redes sociais para se manifestar, nessa segunda-feira, sobre ataques racistas em um show realizado em Porto Alegre. No vídeo, o artista disse que finalizou a apresentação e saiu do palco. Antes de retornar para fazer o “bis”, foi surpreendido com gritos e ofensas racistas.
“Começo a escutar muitas vaias e xingamentos, e logo, por conta disso, percebi que não seria possível voltar para fazer o famoso bis. Voltei ao palco e de maneira respeitosa agradeci a presença do público e me retirei do local do show. Eu não reconheci a cidade que eu aprendi a amar e respeitar. Não era a cidade que eu conheci. O que eu presenciei foi muito ódio gratuito e muita grosseria racista”, relatou.
De acordo com o cantor, as únicas pessoas negras que estavam no clube eram funcionários. Ele ouviu relatos de que os trabalhadores foram proibidos de interagir com os músicos.
“Um evento reservado somente para os sócios do clube. Particularmente, não percebia nenhuma pessoa negra no jantar. E as pessoas que eu encontrei foram somente os funcionários. Ouvi dizer que estavam proibidos de olhar para mim ou falar comigo quando eu chegasse no local do show”, contou.
Assista: