Pedro Motta e Henrique são processados por causa de música transfóbica
Se condenada, dupla pode ter de cumprir entre um e cinco anos de prisão
atualizado
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O grupo Arco-Íris e a Aliança Nacional LGBTQI+ protocolaram uma ação civil pública nessa terça-feira (22/12), na Justiça de Goiás, contra a música Lili, gravada pela dupla sertaneja Pedro Motta e Henrique. Uma notícia-crime também foi protocolada para que o Ministério Público investigue se houve crime de transfobia na divulgação da letra.
Recém-lançada, a canção fala de um homem que se sente enganado por uma travesti ao se envolver com ela. Para Cláudio Nascimento, coordenador do Arco-Íris, a música “fomenta na sociedade uma falsa percepção, desqualificação e discriminação, alimentando o discurso do ódio contra as pessoas travestis, evidenciando a transfobia”.
Após a repercussão negativa da canção, os artistas postaram um vídeo negando que a mensagem da música seja preconceituosa. “A gente não está aqui para menosprezar a imagem de vocês. Pelo contrário, a música diz que o amor da nossa vida é uma travesti. A gente pede desculpas a todos vocês que estão interpretando mal a música”, relatou a dupla.
Vale ressaltar que o crime de transfobia foi enquadrado no mesmo artigo do racismo, por ministros do Supremo Tribunal Federal, em junho de 2019. A pena varia entre um e cinco anos de prisão.