No topo do Spotify, Bin conta como o rap o ajudou a superar a depressão
Fã de Marília Mendonça, o rapper teve estreia bem-sucedida no hip-hop, com mais de 50 milhões de plays só no primeiro álbum
atualizado
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Se por um longo período os paulistanos dominaram a cena hip-hop com importantes nomes como Racionais MC’s, Criolo e Emicida, entre outros, a nova geração de rappers cariocas está quebrando essa hegemonia. Nascido e criado no Complexo do Roseiral, em Belford Roxo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Bin é um dos expoentes do segmento. Aos 22 anos, o artista ultrapassa os 50 milhões de views com Para Todas as Mulheres que Já Rimei.
O mais velho de três irmãos, Bin lembra ter tomado gosto pelo rap através do pai, fã do gênero. “Mas foi por causa da minha curiosidade que eu comecei a descobrir mais a fundo a cena”, garante. Aos 17, descobriu o talento para as rimas e decidiu contrariar os conselhos da família, que pediam para o jovem ter um segundo plano, caso a carreira musical não desse certo. “Eu fui rebelde e me joguei de cabeça”, conta.
Depressão
Antes de estrear no mercado fonográfico, o MC teve de enfrentar um drama pessoal: a depressão. O pior momento aconteceu quando o mundo entrava em quarentena, devido à pandemia da Covid-19. Bin foi parar na UTI de um hospital por tentativa de suicídio. “Senti a maior tristeza do mundo, não sei ao certo o que desencadeou”, explica.
Não venci a depressão por completo, porque acredito que essa doença não tem um fim. Terei ela para sempre, só que dá pra viver bem e ser feliz a vencendo todos os dias
BIN
Além de ajuda profissional, o rapper buscou na música a superação da doença. “A partir disso, fui criando forças para enfrentar. Hoje, me sinto bem, com autoestima e segurança para mostrar o meu trabalho”, completa. Parte do processo de cura deu frutos. Primeiro, Bin participou do hit Tá Com o Papato, de Papatinho, em parceria com Anitta e Dfideliz. Depois, se trancou em estúdio para produzir as faixas do álbum audiovisual Para Todas As Mulheres que Já Rimei. Antes de lançar o disco, no final de setembro, excluiu todas as fotos e publicações antigas das redes sociais, e fez um novo post onde tratava de seu recomeço.
“Este ano foi muito difícil para mim, um ano cheio de altos e baixos, tive depressão, fiquei desacreditado do meu trabalho, achei que música não era pra mim, cheguei a tentar tirar minha vida… Felizmente, muita gente boa esteve do meu lado, minha família, que sempre me apoiou incondicionalmente, meus amigos que estão comigo desde sempre, meu escritório novo, que me fez acreditar novamente que era possível. Hoje, felizmente tudo que passou ficou para trás e vivo um dos momentos mais felizes da minha vida”, escreveu, à época, no Instagram.
Inspiração
Para Todas as Mulheres que Já Rimei conta com nove composições, todas autorais. O rapper afirma ter se inspirado em pessoas que já passaram por sua vida, mas também em artistas que sonha conhecer. “Tem muita coisa que aconteceu de verdade, e tem coisas inventadas, como em toda arte”, considera.
Com mais de 29 milhões de visualizações no YouTube a canção intitulada Marília Mendonça, que homenageia a Rainha da Sofrência, é um dos grandes sucessos do carioca. “Sou bastante fã dela, acho uma mulher muito importante para o sertanejo”, ressalta o cantor que sonha um dia fazer uma parceria com a artista.
Sucesso
Atualmente, acumula mais de 50 milhões de views nos clipes das faixas, dois milhões de ouvintes mensais no Spotify e meio milhão de seguidores no Instagram. Desde então, Para Todas As Mulheres que Já Rimei entrou para a lista semanal dos 50 álbuns mais escutados no Brasil.
De acordo com Bin, a repercussão positiva é sinal de que ele está no caminho certo. “Eu estou amando. É algo muito novo para mim, e por isso estou sempre buscando estar cada vez mais próximo dos meus fãs. Receber mensagens carinhosas e de apoio me faz bem demais”, salienta.
Bin também tem sido reconhecido em premiações dedicadas à artistas do gênero hip-hop. Além de ser um dos indicados a melhor MC do ano pelo Prêmio Nacional da RapTV, ganhou o Prêmio Verov, dedicado ao rap e ao trap, como Artista Revelação de 2020.
Lançamento
Depois de relembrar o passado com composições para cada mulher que já passou por sua vida, Bin decidiu que era hora de celebrar o presente. Nessa quinta-feira (10/12), o rapper lançou Saturno, canção escrita para Bárbara, atual namorada.
“Eu acho que é a minha melhor música até o momento. Escrevi completamente inspirado na mulher que divide as dores e as felicidades da vida comigo hoje. O clipe tem efeitos especiais muito bem feitos, está tudo muito bem produzido”, pondera. Os fãs parecem concordar com o ídolo, já que o lançamento ultrapassou 225 mil views em poucas horas.
O apoio popular será imprescindível para o rapper que cultiva grandes sonhos para o futuro da carreira musical. “Eu quero me tornar o maior artista da música brasileira”, conclui.