Músicos de Brasília lamentam a morte de Canisso, do Raimundos
O baixista Canisso, integrante do grupo Raimundos, que surgiu na capital do país, morreu nesta segunda-feira (13/3)
atualizado
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O músico José Henrique Campos Pereira, conhecido como Canisso, do Raimundos, morreu nesta segunda-feira (13/3), aos 57 anos. Conhecido por sua simpatia, o baixista fez parte da formação original do grupo, que surgiu na capital do país. Músicos da cidade, que conhecem Canisso desde os anos 1990, lamentaram a perda.
“O primeiro show dos Raimundos foi na minha casa, nós tínhamos uma relação muito próxima. Fomos jurados juntos no programa Canta Comigo. A gravação deste ano é no sábado e eu estava achando que ia o encontrar. Vi os filhos dele nascerem. É a relação de uma vida inteira. A música perde uma grande figura, um cara querido por todos, sempre sensato, uma figura hilária”, lamentou Gabriel Thomaz, fundador do grupo Autoramas.
Carlos Pinduca, da banda Maskavo Roots, revelou que foi pego de surpresa com a notícia: “Tomei um susto. Até demorei a acreditar, torcendo para que não fosse verdade. Conheci o Canisso pela música. Dividimos o palco muitas vezes juntos em Brasília. Tivemos uma relação muito próxima nos anos 1990. Estávamos afastados nos últimos anos, mas é uma pessoa da qual eu guardo as melhores recordações e sempre me tratou muito bem, um cara que tratava todos de igual para igual”.
“Parece que a nossa geração está indo embora. A gente é contemporâneo, então isso marca muito, ficamos muito chocados com essas notícias que chegam, principalmente no campo musical. É uma perda irreparável. Conheci o Canisso antes do Raimundos, ainda estava todo mundo se conectando com a cena musical da cidade. Com o Cabeloduro tivemos a oportunidade de abrir shows deles no Porão do Rock. Canisso era um cara que sempre prestigiou as bandas independentes, de muito fácil acesso e presente na vida de todo mundo”, lamentou Hélio Gazu, do Cabeloduro.
Marcelo Vourakis, que também era do Maskavo Roots, estudou com Canisso e revelou que ele era uma espécie de “irmão mais velho”. “Ele foi meu amigo de UNB. Canisso tinha a fama de entender de tudo. Ele falava sobre qualquer assunto. Mas no fim das contas, foi um irmão mais velho para todo mundo da geração 90 do rock Brasília. Fico muito triste de estar longe, estar em São Paulo e não poder dar o meu adeus a ele. É uma figura muito querida e unânime. O rock brasília perde muito”, concluiu.