Mulheres são as principais consumidoras de guitarras do mundo
Vice-presidente da Fender afirmou que as consumidoras estão salvando o mercado: o Metrópoles conversou com três guitarristas do DF
atualizado
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O vice-presidente da Fender, Justin Norwell, garantiu que o mercado mundial de guitarras está vivo e passa bem graças a uma fatia de consumidores: as mulheres. Em entrevista ao site Australian Musician, o representante da fabricante americana de instrumentos musicais atribuiu ao aumento de integrantes femininas em bandas a continuidade dessa indústria.
“O negócio da guitarra tem crescido nos últimos anos e a tendência é aumentar. Tem muito mais mulheres guitarristas em festivais e em bandas, e muitas delas são as líderes em grupos que focam no instrumento. Estamos fortes”, comemorou. A declaração do representante da Fender vai de encontro com a recente notícia de que a marca, junto à gigante Gibson, estaria lutando contra a falência.
O lugar das mulheres em conjuntos musicais, antes restrito a posições como vocalista ou pianista, vem se tornando cada vez mais compartilhado com os colegas homens. “As coisas estão melhorando. Hoje, é comum ver mais de uma mulher em uma banda. Quando eu comecei em Brasília, não era assim. Acredito que em 10 ou 15 anos, a participação feminina na música será mais difundida”, comenta a guitarrista Marlene Souza Lima.
À frente do Marlene Souza Lima Grupo, a artista especializada em jazz e blues cansou de ser questionada se era a vocalista da banda. “Estou acostumada, às vezes até me faço de doida, digo que sou a cantora. Quando chego com a guitarra nas mãos, o povo deve achar que eu a estou levando para alguém… é estranho demais”, relata a instrumentista com mais de 25 anos de carreira.
Nova geração
A maior presença de mulheres em bandas de rock e de jazz é comprovada pela trajetória da jovem Beatriz Sousa. Aos 18 anos, ela integra o conjunto de trash metal Flammea e se prepara para gravar o primeiro disco solo. “Estamos correndo atrás, nos cansamos de ser somente vocal ou teclado. Estou, inclusive, ensinando uma amiga a tocar guitarra. O aumento da presença feminina em bandas vai ser bom para a minha carreira, estou animada”, comemora.
Vocalista da banda Augusta, Taís Cardoso entrou para a música aos 8 anos com o sonho de ser guitarrista. Para ganhar o primeiro instrumento, precisou se provar para os pais. “Tive que tocar um solo do Guns N’ Roses na loja. Aos 13, passei a me dedicar ao violão”, lembra. De acordo com a artista, a maior presença feminina em conjuntos musicais é uma tendência em crescimento. “Fico feliz de ver e poder acompanhar de perto mulheres inspiradoras”, elogia.
Observando gerações que passaram por suas aulas de violão e guitarra, Marlene vê uma diferença de perspectiva nas alunas. “As meninas viam as aulas somente como uma terapia e, na hora de se profissionalizar, abandonavam a música. Agora, elas encaram a profissão de musicista”, avalia.
Veja guitarristas que inspiram as entrevistadas: