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Mulheres quebram barreiras do preconceito e se destacam no pagode

Gêneros musical, tradicionalmente dominado por homens, recebe mulheres que têm muito a dizer em cima do palco

atualizado

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Ludmilla, Karinah, Jacy e Marvvila
1 de 1 Ludmilla, Karinah, Jacy e Marvvila - Foto: Divulgação

O samba e o pagode são ritmos genuinamente brasileiros, mas se caracterizam, ainda, por algo notável até a atualidade: poucas mulheres estão presentes no gênero musical. Quando se associa o ritmo a cantoras, inevitavelmente, vozes consagradas como de Alcione, Clara Nunes, Sandra de Sá, a Mart’nália e Maria Rita vêm à mente. Apesar de, indiscutivelmente, cumprirem papel inesquecível na música nacional, ainda são poucas representantes, diante do vasto catálago de artistas homens eternizados n o mesmo som. O desafio da nova geração, além de dar continuidade à participação das divas do passado, é fazer crescer a presença delas neste cenário musical.

É o que tem feito Ludmilla. Com uma carreira consagrada pelo funk, a cantora mostra publicamente, desde o ano passado, sua inclinação ao pagode. Tanto que, em janeiro deste ano, lançou Numanice, um álbum totalmente dedicado ao gênero musical. O trabalho conta com participações especiais conhecidas no ritmo: como Thiaguinho, Bruno Cardoso e dos brasilienses do Di Propósito.

Além de Lud, outras mulheres têm seguido o desejo de entrar (e permanecer) em um nicho tradicionalmente dominado por “eles”. Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o Metrópoles entrevistou Karinah, Jecy e Marvvila, vozes femininas que prometem descontruir a visão limitada sobre gênero nos vocais do samba e do pagode.

Motivadas pelo desafio de mostrar que têm muito a dizer, as cantoras quebraram barreiras e preconceitos para mostrar que o lugar da mulher é onde ela quiser – inclusive quando se trata de música popular e romântica.

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Ludmilla (Divulgação)
Karinah é referência para mulheres que querem cantar no pagode e/ou samba
A cantora já fez parceiras com artistas consagrados, como Ivete Sangalo e Arlindo Cruz
Marvvila participou do The Voice em 2016
A carioca é uma das revelações do pagode
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Ela conta com participações especiais no projeto, como a do grupo Di Propósito

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Ludmilla (Divulgação)

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Karinah é referência para mulheres que querem cantar no pagode e/ou samba

Bruno Fioravante
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A cantora já fez parceiras com artistas consagrados, como Ivete Sangalo e Arlindo Cruz

Bruno Fioravante
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Marvvila participou do The Voice em 2016

Guto Costa
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A carioca é uma das revelações do pagode

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Jecy, de 26 anos, é uma das novas apostas da Som Livre

Larissa Kreili

 

Karinah lançou seu primeiro disco em 2010 e hoje já é referência para a nova geração. Ainda na infância, foi por meio de Clara Nunes, que se apaixonou pelo samba. Já fez diversas parcerias com grandes nomes da música como Ivete Sangalo, Arlindo Cruz, Dudu Nobre e Xande de Pilares.

Para a artista, a responsabilidade de ser referência para vozes femininas que estão por vir no samba é um dos fatores que a impulsionam a seguir na “luta constante”.

“Sei que serei referência para muitas mulheres que estão por vir, por isso a entrega ao público precisa de muita dedicação, muita qualidade e muito amor envolvido. Digo para todas as mulheres que nunca é tarde para um começo ou um recomeço. A hora certa pode ser agora, com mais maturidade e otimismo. Somos o que quisermos ser. Arrisque-se!”, incentiva.

Karinah foi uma importante referência para Jecy (pronuncia-se Diéci) embarcar de vez no mesmo gênero musical. A jovem, de 26 anos, é uma das novas apostas da Som Livre.

Assim como fez no sertanejo, trazendo Marília Mendonça e Maiara & Maraisa para o casting, a gravadora vê em Jecy uma oportunidade de criar um movimento semelhante, dessa vez, inserindo a voz feminina no pagode. Dona de um timbre marcante, a jovem já foi chamada pelo público, chamada de “Marília Mendonça do pagode”. A comparação à Rainha da Sofrência trouxe ainda mais ânimo para a carioca.

“Me senti uma mulher poderosa! É uma grande responsabilidade levar essa comparação e uma grande honra. Fico muito feliz quando escuto isso, sinto que estou no caminho certo”, comentou.

A decisão de seguir no pagode veio durante a adolescência. Além de cantora, Jecy também é compositora. Fã de Alcione e Karinah, ela aposta em suas músicas para mostrar que a mulher tem muito o que dizer.

“Por muito tempo fomos caladas em algumas coisas. Hoje a mulher está ganhando seu espaço. Se pararmos para pensar, toda mulher que chegava para cantar era logo rotulada de sambista e não pagodeira. Hoje já é um grande avanço só de escutar ou ler o rótulo pagodeira. Volto a repetir: Nós mulheres temos muito a falar!”, pondera.

Depois que saiu do The Voice, em 2016, Marvvila passou a postar vídeos cantando em suas redes sociais. Segundo a carioca, a princípio, o público consumidor do pagode achava diferente, mas ao mesmo tempo demonstrava curiosidade em ouvir.

“Fui aceitando a ideia de desbravar cada vez mais esse gênero. Infelizmente, ainda somos poucas cantoras, mas sinto que os passos que estou dando são importantes para chamar mais gente. Recebo muitas mensagens de garotas que estão começando a botar a cara agora, fazendo vídeos e formando grupos. Quanto mais mulheres estiverem juntas nessa caminhada, mais o movimento do pagode e do samba ganha”, destaca.

Em setembro de 2020, a pagodeira lançou o primeiro single pela Warner Music Brasil, Dizendo por Dizer – o clipe da faixa ultrapassa 2 milhões de visualizações no YouTube. Em fevereiro, a cantora divulgou A Cada Beijo.

“Quero que as pessoas se identifiquem com as histórias que eu canto e se surpreendam ao perceber que a voz é de uma mulher”, reflete a jovem de apenas 20 anos.

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