Morre irmã do rapper Criolo, aos 39 anos, vítima de Covid-19
A mãe de Cleane Gomes, Maria Vilani, falou sobre a morte da filha no Instagram; cantor ainda não se pronunciou
atualizado
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Cleane Gomes, irmã do rapper paulista Criolo, morreu aos 39 anos de idade, vítima da Covid-19. No Instagram, a poetisa Maria Vilani, mãe deles, publicou um texto lamentando a partida da filha. Nele, ela diz que não se revolta com a pandemia porque sabia que esse era o momento da filha partir. “Você realmente terminou a sua missão nesse plano, em 5 de junho de 2021”, escreveu em um trecho.
“Papai do céu presenteou-me com dois meninos maravilhosos, e depois de sete anos você chegou, depois de uma gravidez muito difícil, pois parecia que você não queria vir a esse mundo, mas aceitou a missão para fazer-me feliz. Você chegou por meio de parto normal, o mais suave possível, o parto que menos doeu. Você iluminou a minha vida de sofredora de favela, e por você seu pai moveu o mundo para sairmos da favela, quando você completou quatro meses de vida nesse Planeta saímos da favela”, começou ela.
Ela continuou contando parte da história da família e da relação que Cleane tinha com os irmãos,.
“Quando você nasceu eu falei para o seu pai que havia nascido a artista da família, por isso matriculamos o Clayton e o Kleber [Kleber é o nome de batismo de Criolo] numa escola de violão, ou melhor, matriculamos o Clayton, pois o Kleber ficou no curso como ouvinte, não podíamos pagar mensalidade para os dois; a sorte é que os dois são canhotos, então compramos apenas um violão, mas com a mudança de residência perdemos a escola de violão, só o Clayton conseguiu aprender um pouco”, prosseguiu Maria.
“Você foi embalada com muito carinho por mim, seu pai e seus irmãos, você era a nossa princesinha, e para a sua avó paterna você era um raio de sol. Minha filha, você foi boa mãe, boa filha, boa irmã, magnífica tia, uma excelente amiga e professora, uma grande artista circense e cênica, artista plástica, compositora e poeta das boas. Dona de um coração maior que o corpo. Aprendi muito com você”, acrescentou ela.
Maria também falou sobre a pandemia. “Não sinto revolta pela pandemia, nem pelo descaso do governo em relação às vacinas, porque sinto no meu coração e na minha alma que você partiu no seu momento de partir, se não fosse a Covid-19, seria qualquer outro motivo. Você realmente terminou a sua missão nesse plano, em 5 de junho de 2021. Seria egoísmo não aceitar a sua libertação. O que lamento nesse momento é mandar esse texto para o mundo, sem a sua revisão, você revisava tudo antes de eu postar nas redes sociais, o texto vai cheio de erros, mas cheio de amor, aceitação e resignação”, finalizou Maria.
Até a publicação dessa reportagem o cantor de 45 anos ainda não havia se pronunciado sobre a morte da irmã.