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Maroon 5 enfileirou hits no intervalo do Super Bowl, mas não empolgou

Em ano marcado por debates políticos em torno da NFL, show liderado por Adam Levine decepcionou espectadores, imprensa e internautas

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Jamie Squire/Getty Images
Pepsi Super Bowl LIII Halftime Show
1 de 1 Pepsi Super Bowl LIII Halftime Show - Foto: Jamie Squire/Getty Images

A banda Maroon 5 fez de tudo para empolgar o público no show de intervalo do Super Bowl 53, disputado na noite desse domingo (3/2), em Atlanta (EUA), entre New England Patriots e Los Angeles Rams. Adam Levine, vocalista e líder do grupo, soltou seus agudos em hits como This Love, She Will Be Loved e Moves Like Jagger.

Tirou a camisa, “sensualizou” e até desceu do palco em forma de “M” para afagar os sortudos que puderam ver tudo de perto no gramado do estádio. Em dado momento, a banda parecia envolta por labaredas de fogo. Ainda assim, não impressionou. Na página da NFL no YouTube, a performance atraiu 10 mil curtidas e mais de 85 mil reações negativas até o momento da publicação deste texto.

De certa maneira, foi o show apropriado para um dos jogos mais mornos da história do Super Bowl, a grande final da NFL. O placar terminou em 13 a 3 para os Patriots, time estrelado pelo quarterback Tom Brady, de 41 anos. Foi o sexto título dele em nove decisões disputadas. Sempre sob a batuta do técnico Bill Belichick.

A imprensa classificou a apresentação de diversas maneiras. No título, a Entertainment Weekly anunciou: “Bom, foi chato”. A Variety achou tudo “desprovido de alegria”. Para a Forbes, o show de fato fez jus ao jogo. A Esquire viu algo de positivo: “Pelo menos Levine tirou a camisa”. O inglês The Guardian chamou de convencional e entediante. O New York Times classificou de neutro e inofensivo.

A participação do Maroon 5 no Super Bowl já era alvo de críticas antes mesmo do primeiro acorde. Levine e companhia não foram as primeiras escolhas da liga para o sempre aguardadíssimo intervalo do evento.

Nomes como Rihanna, Jay-Z e Cardi B recusaram o convite em solidariedade ao jogador Colin Kaepernick. Quando jogava pelo San Francisco 49ers, em 2016, o atleta protestou contra a desigualdade racial e a brutalidade policial, aderindo ao movimento Black Lives Matter (“vidas negras importam”, na tradução). E ele usou justamente o hino nacional americano para marcar sua posição, ajoelhando-se e ficando em silêncio.

Kaepernick foi dispensado pelo time e não joga profissionalmente desde março de 2017. Tornou-se uma espécie de proscrito no esporte. A maneira como a NFL conduziu o caso alimenta a sugestão de que a liga teria orientado as equipes a não contratarem o jogador. Roger Goodell, comissário da liga e principal representante oficial da modalidade, levou vaias do público durante a cerimônia de premiação, nesse domingo (3).

Em certo momento, Levine se ajoelhou diante do público. Alguns viram ali uma discreta, “piscou, perdeu” homenagem ao ato de Kaepernick. No Instagram, o vocalista adotou um discurso de unidade e agradeceu as críticas.

 

 

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When we accepted the responsibility to perform at the SBHTS, I took out my pen and just wrote. Some of the words that came to me in that moment eventually made their way onto the incredible lanterns that flew high and low tonight. We thank the universe for this historic opportunity to play on the world’s biggest stage. We thank our fans for making our dreams possible. And we thank our critics for always pushing us to do better. One Love. ❤️ And the list of words is… Forgive Laugh Cry Smile Share Live Endure Embrace Remember Enlighten Preserve Inspire Sweat Fight Express Give Receive Elevate Climb Unify Fortify Soften Dance Scream Dream Educate Provide Inhale Exhale Persevere Stand Kneel Overcome Love Listen

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Além do Maroon 5, os rappers Big Boi (do OutKast) e Travis Scott, convidados para o espetáculo do intervalo, e Gladys Knight, veterana do soul escalada para interpretar o hino antes da partida, também foram alvos de comentários desfavoráveis por não participarem do boicote ao Super Bowl.

A repercussão negativa não parou por aí. Vários veículos de imprensa criticaram Levine por ter tirado a camisa durante o show. Jornalistas lembraram da apresentação do intervalo de 2004, quando a cantora Janet Jackson teve seu seio direito acidentalmente exposto por Justin Timberlake. O episódio causou furor dos conservadores e a artista acabou dura e injustamente penalizada pela própria indústria musical, tendo sua carreira bastante prejudicada desde então.

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