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Maria Rita: “Eu não tolero quando usam minha mãe para me agredir”

Sambista desembarca em Brasília com show da turnê Amor e Música, neste sábado (12/5), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães

atualizado

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1 de 1 Maria_Rita_Ft_GutoCosta_0564 - Foto: Guto Costa/Divulgação

“Mais confortável e madura” para seguir os caminhos traçados pelos sambistas que a antecederam. É assim que a cantora Maria Rita define seu estado de espírito, prestes a desembarcar em Brasília para única apresentação, neste sábado (12/5), às 21h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental). O show integra a turnê de Amor e Música – álbum marcado pelos 10 anos de inserção da intérprete no ritmo. “Fui puxada pelo samba, porque ele está dentro de mim. É onde eu me sinto mais plena, completa, relevante e compreendida”, afirma.

Com produção da própria cantora em parceria com Pretinho da Serrinha, o disco conta com 13 canções, todas de autoria de compositores de peso como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Moraes Moreira. “Em Samba Meu (2008), eu cheguei de cabeça abaixada, reverenciando os sambistas e pedindo licença para passar. Agora, está um pouco diferente. Sou mais livre e tenho histórias contadas dentro do samba”, considera.

De acordo com a cantora, no segmento de damas como Dona Ivone Lara e Beth Carvalho, ela encontra uma maneira única de extravasar todas as mulheres que a habitam. “Me fascina poder cantar as dores sem ser dramática e mesmo assim com muita profundidade. Mostrar todas as minhas características, não só como intérprete, mas como pessoa. A gaiata, bagunceira, feliz, triste, dramática, dolorida, tem tudo isso no samba e eu sou tudo isso também”, ressalta.

É possível perceber a experiência espiritual de Maria Rita com o samba, em especial, durante a interpretação de Reza – música de autoria de Nego Álvaro, Pretinho da Serrinha e Vinícius Feyjão. A faixa, que invoca as bênçãos da rainha do mares, segue sensibilizando a artista. “Eu estava sozinha em casa e quando ouvi a música pela primeira vez, ela me transportou e me tirou de onde eu estava. Comecei a rodar na cozinha, emocionada com a mensagem”, relembra.

Segundo a sambista, a canção é forte referência à personalidade dos brasileiros. “Ela me traz uma coisa muito forte, muito especial, ela fala resistência, fé, insistência, luta e acho que resume muito o nosso povo. A gente insiste, não perde a fé, combate a intolerância e todos os problemas e se mantém de cabeça erguida”, acredita.

O dever da nova geração de sambistas
Para a cantora, não há como mensurar a perda de Dona Ivone. “Foi uma mulher guerreira, batalhadora e à frente do seu tempo. Ela abriu muitas portas, quando mulher no samba não era aceita. E uma história dessas, de força e dedicação, inspira muito, encoraja e dá força”, diz.

De acordo com ela, é dever da nova geração conservar sempre viva a memória dos artistas que já se foram. “Devemos manter essas histórias e tradições vivas. Temos o compromisso de não deixar nenhum desses nomes ser esquecido. De honrar toda essa caminhada deles e nunca esquecer dessas pessoas que cantaram com tanta paixão”.

Guto Costa/Divulgação
Maria Rita revela que bloqueia os haters que teimam em agredi-la

 

Maria trata com cautela as declarações de fãs e críticos mais afoitos que a colocam no mesmo patamar de nomes como Maria Bethânia, Gal Costa e a própria Elis Regina. “Sendo sincera, eu digo que estou num caminho, com 40 anos de vida e 15 de estrada. Acho que a minha tradição e fibra vêm dessas intérpretes. Mas não acho que cheguei lá ainda, não sou tão grande quanto elas”, pondera.

Quando olho para Bethânia, Gal e para minha mãe, é com um olhar de admiração e encanto. Eu não me sinto ao lado. Elas abriam a porta e eu venho atrás. Mas se um dia eu vier a ser tão relevante e forte quanto elas, meu sonho de vida estará realizado

Maria Rita

As comparações com a mãe, aliás, nunca a incomodaram. “Estranho seria se eu fosse parecida com outra cantora. Eu também tenho filhos e vejo muito de mim neles”, ressalta. Mas alguns comentários raivosos tiram a herdeira de Elis Regina do sério.

“O que eu não aceito são as agressões. Falam que eu imito, acreditam ser mais fácil para mim, falam até que eu não tenho vergonha na minha cara e muito mais”, desabafa. “Eu acho uma falta de educação quando tentam usá-la para me agredir. Não tenho a menor tolerância, ninguém jamais vai me colocar contra a minha mãe”, conclui.

Kacio Pacheco/Metrópoles

Maria Rita – Amor e Música
Sábado (12/5), às 21h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental). Ingressos variam entre R$ 80 (superior) e R$ 200 (poltrona VIP). Valores referentes à meia-entrada e sujeitos a alterações sem aviso prévio. Não recomendado para menores de 12 anos

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