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Luís Maurício, do Natiruts: “O reggae não é música de maconheiro”

Em entrevista ao Metrópoles, o baixista da banda reforçou a necessidade de se formar parcerias no cenário

atualizado

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Beto Gatti/Divulgação
Natiruts
1 de 1 Natiruts - Foto: Beto Gatti/Divulgação

Falar de paz, em tempos de ódio e preconceito, e “emanar amor na escuridão”. São sentimentos como os dos versos de Índigo Cristal – faixa homônima ao álbum mais recente do Natiruts – que os músicos brasilienses pretendem levar ao show deste sábado (2/5), às 16h, na Praça das Fontes, no Parque da Cidade.

“É importante não perdermos nossa essência, não nos esquecermos de amar uns aos outros. Às vezes, a gente se perde”, ressalta o baixista do grupo, Luís Maurício, em entrevista ao Metrópoles.

Alexandre Carlo, Luís Maurício e Kiko Peres retornam à capital federal depois de longa turnê por países da América Latina, onde fizeram os primeiros testes das canções inéditas. “Lançarmos lá foi uma maneira de amadurecermos o repertório. Nós sentimos a vida do disco”, explica o baixista.

De acordo com o músico, a passagem por cidades como Santiago, no Chile, Mar del Plata, na Argentina, e Guadalajara, no México, fez surgir os primeiros hinos do novo CD: O Sol do Amanhecer, Dois Planetas e Na Positiva. “Nesses 10 meses, desde o lançamento, o público abraçou esse trabalho como um todo. Tanto lá fora quanto aqui, no nosso país, os fãs se identificam mais com essas três músicas”, acredita.

Beto Gatti/Divulgação
O músico afirma que a banda busca misturar todas as vertentes do reggae

 

Apesar de manter a mesma energia positiva de sempre – marca registrada do Natiruts –, os oitos anos de hiato entre Raçaman (2009) e Índigo Cristal (2017) serviram para refinar a sonoridade da banda. “É o primeiro disco que gravamos no nosso próprio estúdio, com total liberdade, sem a preocupação com o tempo. Essa tranquilidade com certeza foi o diferencial”, afirma o baixista.

Falta identidade e sobra preconceitos
Mesmo com a cena efervescente para os amantes do estilo, o músico acredita que falta identidade a muitos representantes do gênero. “O reggae tem muitas vertentes, como o dance hall e o ragga. Mas, por uma questão comercial, muitos investem mais no roots e pop”, critica. Segundo o artista, essa é uma preocupação constante do Natiruts. “Estamos sempre tentando inserir novos elementos e influências, como o afrobeat. Lá fora, nos veem mais como world music”, pondera.

Contudo, Luís Maurício acredita ainda haver barreiras para o gênero ultrapassar. “Sabemos a força que o reggae tem, mas ainda estamos num processo de evolução, de quebrar os preconceitos. Falta sensibilidade para as pessoas perceberem o ritmo sem o rótulo de ‘música de maconheiro'”, considera.

A fase fértil do grupo logo dará origem a um novo álbum, com previsão de lançamento para o segundo semestre de 2018. “Esse período de estúdio tem sido muito produtivo para nós. O disco novo já está em fase de finalização e conta com muitas participações legais, como a da banda Souljah”, adianta. “Parcerias como essas enriquecem o cenário”, completa.

Natiruts no Parque – shows de abertura com Flora Matos, Cynthia Luz e DJ Pathy de Jesus
Neste sábado (2/5), a partir das 16h, na Praça das Fontes, no Parque da Cidade Sarah Kubitschek. Ingressos: R$ 70 (meia-entrada). Informações pelo telefone: (61) 3554-4005. Evento não recomendado para menores de 16 anos

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