Lisa, do Blackpink, leva cultura tailandesa ao mundo: “Nosso orgulho”
A integrante do grupo Blackpink vem trazendo elementos da cultura da Tailândia em lançamentos solos
atualizado
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Apesar de ser mais conhecida por trabalhos no k-pop, a cantora Lisa, do grupo Blackpink, vem divulgando a cultura tailandesa em projetos solos. Como a música Rockstar, que conta com imagens de tailandeses e cenas nas ruas de Bangkok, capital da Tailândia.
Por conta da influência de Lisa e do Blackpink, os projetos da cantora alcançam projeções globais, o que gera um interesse pelo país asiático. Só na primeira semana, a canção alcançou a marca de 4 milhões de plays no Spotify. Já o vídeo, acumula 75 milhões de visualizações no YouTube.
Para além dos números, a artista, que nasceu na província de Buri Ram, no Nordeste Tailândia, já é considerada “orgulho da nação” pelos tailandeses.
“Já assisti ao vídeo mais de 20 vezes para apoiar. Ela é o nosso orgulho”, conta Yukontorn Tappabutt, criadora de conteúdo tailandesa que mora no Brasil há mais de 10 anos e foi participante do MasterChef Brasil na temporada 4.
Rockstar e os elementos da cultura tailandesa
Rockstar é a primeira música solo da artista na própria empresa, a LLOUD. Antes, Lisa estava na YG Entertainment, que é uma das maiores empresas de k-pop do mundo e que agencia o Blackpink.
Essa, contudo, não foi a primeira vez que Lisa exaltou a cultura do país em projetos. No clipe de Lalisa, ela usou uma coroa e um traje tradicional tailandês, bordado à mão pelo Asava Group, além de fazer referência à dança das mil mãos, praticada na Tailândia.
“Todos esses elementos reforçam a identidade cultural da artista. Ao serem revisitados pela idol, estimula a manifestação cultural Thai e a busca por mais informações”, completa Aline Gomes Santana, Mestre em Consumo, Cotidiano e Desenvolvimento Social da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
Impacto na Tailândia
Além dessa visibilidade, Lisa tem um papel importante na economia da Tailândia. Para gravar o vídeo de Rockstar, a cantora pagou 20,000 baht (o equivalente a US$ 540) para lojistas da Chinatown deixarem as luzes acesas durante a madrugada.
“Agora, a rua está cheia de gente. Até a roupa que ela usa e a comida que ela come, fazem com que as pessoas queiram reproduzir”, afirma Yukontorn.
Para dar dimensão da ação, Yukontorn conta que, no programa de TV Woody Talk, Lisa comentou que sentia falta de comer um bolinho de carne tradicional do nordeste da Tailândia e, assim que a entrevista foi ao ar, as ruas ficaram cheias de pessoas buscando por essa comida.
Essa reação é explicada pela cultura dos fãs, que querem se sentir mais próximos do artista. “E nessa procura, os seus seguidores chegam à Tailândia, a fim de conhecer mais da origem da cantora”, explica Aline.
Contra preconceitos
No clipe de Rockstar, Lisa mostra várias pessoas tailandesas com características diferentes, o que agradou bastante Yukontorn. A letra também chama a atenção. “Lisa, você pode me ensinar japonês? Eu disse はい、はい (sim em japonês)”.
“Em todo lugar que a gente [asiático] vai, sempre perguntam se somos japoneses ou chineses, como se houvesse somente dois países asiáticos. E, também, como ela é uma rockstar, ela vai conseguir fazer sucesso em qualquer lugar que ela for”, explica a criadora de conteúdo.
No clipe também há cenas de mulheres trans e pessoas tatuadas. “Lisa ousou, tendo em vista a rigidez ainda existente na Coreia do Sul quando se trata de questões de gênero. Isso difere da Tailândia, que tem liberdade de manifestação da identidade de gênero e também permite o casamento homoafetivo”, comenta Aline.