Leia a crítica, ouça o disco: Helmet, Michael Bublé e Teenage Fanclub
A coluna quinzenal “Leia e Ouça” retorna com novidades de pop e rock alternativo
atualizado
Compartilhar notícia
Três nomes com certa experiência na música retornaram com novos discos nas últimas semanas. A coluna “Leia e Ouça” começa o giro internacional por “Dead to the World”, primeiro álbum do Helmet em seis anos. A banda de metal alternativo segue sob a batuta do guitarrista, vocalista e compositor Page Hamilton.
Também comentamos “Nobody But Me”, nono disco do cantor de jazz e pop tradicional Michael Bublé (foto no alto). Desta vez, ele entrega até um cover dos Beach Boys, entre temas autorais e outras versões dos anos 1950 e 1960. Encerramos o roteiro com “Here”, novo disco da veterana banda de power pop Teenage Fanclub.
Leia e ouça:
Helmet – “Dead to the World”
Page Hamilton já beira os 60 anos e se recusa a envelhecer. O chamado metal alternativo do Helmet flertou com as rádios nos anos 1990 e depois foi substituído por decalques como o pós-grunge (Creed, Nickelback) e o nu metal (Korn, Linkin Park). Em pleno 2016, a Helmet alcança o oitavo álbum de estúdio sem qualquer pretensão de renovar a fórmula.
A guitarra em modo staccato e os refrões desacelerados continuam ditando o ritmo das novas canções – as primeiras inéditas desde 2010. Hamilton atinge alguns bons momentos dentro desse conceito, como “Red Scare” e “Die Alone”. Acha respiro até para “Green Shirt”, cover de Elvis Costello na época dos Attractions. Uma pena que a parcela vibrante do material esteja concentrada apenas na primeira metade do CD.
Avaliação: Regular
Michael Bublé – “Nobody But Me”
Para o bem e para o mal, Bublé tenta ser um correspondente contemporâneo dos grandes crooners do jazz e do pop tradicional do passado, como Frank Sinatra e Dean Martin. Mais uma vez, o canadense mistura versões de temas clássicos com composições próprias. Bublé bate ponto nos covers “My Kind of Girl”, “The Very Thought of You”, “I Wanna Be Around” e “My Baby Just Cares for Me”.
Bem executados e com as esperadas orquestrações de big band. As autorais mostram um cantor à vontade, tentando equilibrar suas pretensões jazzísticas com produção alinhada ao pop atual. Há simpatia, mas falta identidade própria. O principal acerto fica para o fim: a delicada apropriação de “God Only Knows”, hit dos Beach Boys.
Avaliação: Regular
Teenage Fanclub – “Here”
A banda segue como raro caso de sobrevivente dos anos 1990. Chegou a flertar com o sucesso no início daquela década, resistiu às idas e vindas do rock alternativo, formou público em tempos de pirataria e crise no mercado fonográfico. Até que chegamos a “Here”, 11º disco de uma carreira que parece caminhar absolutamente à parte de modas e grifes.
Com um power pop cada vez mais descompromissado, a banda entrega um álbum de bonitas canções românticas. Do ar juvenil sessentista de “Thin Air” ao tema à la R.E.M “The Darkest Part of the Night”. O grupo ainda parece distante da brilhante primeira década de carreira, de álbuns como “Grand Prix” (1995) e “Bandwagonesque” (1991). Mas merece certo louvor por simplesmente insistir em ser autêntica.
Avaliação: Bom