Leia a crítica, ouça o disco: Banks, Green Day e Kings of Leon
Na coluna de discos internacionais, comentamos lançamentos de pop e rock, dois deles de de bandas queridinhas do circuito indie roqueiro
atualizado
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A coluna quinzenal “Leia e Ouça” retorna com verve pop nesta segunda (17/10). Damos baixa em dois lançamentos de bandas queridinhas do circuito indie roqueiro. O Kings of Leon lançam “Walls” após três anos de ausência e os experientes músicos do Green Day chegam ao 12º álbum de estúdio com o nostálgico “Revolution Radio”.
Também comentamos o segundo disco de Banks, cantora pop californiana que apresenta 12 faixas inéditas em “The Altar”. Ela começou a ficar conhecida quando fez turnê como atração de abertura numa turnê do astro The Weeknd, em 2013.Banks – “The Altar”
Ainda em seu segundo disco, a cantora Banks já conseguiu elaborar uma série de credenciais para acompanhar suas músicas. Elas são comumente descritas como um pop sombrio, entre o confessional e crônicas de dolorosos relacionamentos.
Toda essa construção de uma autoimagem ideal também revela um certo excesso de cálculo. “The Altar” busca as fronteiras do que seria um estilo entre Fiona Apple e Aaliyah. Nem um nem outro. Banks revela alguns passeios interessantes, como “Fuck With Myself” e “To the Hilt”, mas carece de descontração e sutileza para justificar a embalagem.
Avaliação: Regular
Green Day – “Revolution Radio”
Tratado como um saudoso retorno ao pop punk dos anos 1990, “Revolution Radio” mostra Billie Joe tentando ser tanto um cronista quanto um astro nostálgico. Apoiado por guitarrinhas céleres, ele de fato quer soar radiofônico e acessível. Até por isso, se vê com certa liberdade para comentar coisas que o incomodam, como as redes sociais – alvo preferencial na faixa-título e “Bang Bang”.
A ideia é repercutir como rock stars rebeldes e conscientes do mundo intolerante, violento e aborrecido em que vivem. Mas essas “críticas” beiram o constrangedor. “Eu tenho meu photobomb, eu tenho o meu Vietnã”, diz “Bang”. As letras de fato não colaboram.
Os poucos acertos se infiltram nas baladinhas em que o Green Day larga as metáforas e investe no seu rock colegial e funcional de sempre, como “Too Dumb to Die” e “Ordinary World”.
Avaliação: Regular
Kings of Leon – “Walls”
Fruto da leva pós-Strokes no começo dos anos 2000, a Kings of Leon sempre teve boa infiltração na música pop. Emplacou hits como “Sex on Fire” e “Use Somebody” e recebeu críticas no máximo moderadas da imprensa especializada.
No sétimo disco de estúdio, os quatro irmãos Followill ainda procuram pelo próximo grande hit. Mas “Walls” é exatamente o que se espera de um grupo que parece cada vez mais datado a cada novo CD. O rock de arena fica só na pose e nas infelizes tentativas de soar dançante por meio de genéricos timbres eletrônicos.
A expectativa é se aproximar de Coldplay e U2. Não que as imagens idealizadas no espelho sejam lá grandes coisas. No fim, eles continuam sendo os Kings of Leon.
Avaliação: Ruim