Kevin O Chris retoma a pergunta: por que não tem funk no Lolla?
O funkeiro fez rápida aparição no show de Post Malone, nesse sábado (6/4), e incendiou o público de São Paulo
atualizado
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São Paiulo (SP) – Em um dos momentos mais empolgantes do segundo dia do LollaPalooza 2019, nesse sábado (6/4), o rapper norte-americano Post Malone convidou o brasileiro Kevin O Chris para uma apresentação. No palco, eles apresentaram o hit Vamos Pra Gaiola. Apesar da contagiante reação da plateia, mais uma vez o funk chega ao festival pelo convite de um artista gringo, sem ocupar espaço próprio na programação.
Kevin O Cris, um dos grandes nomes do funk carioca, levantou uma multidão no Lollapalooza nesta noite. Muito mais que uma participação no show do Post Malone – este momento é de favela no topo. #LollaBR pic.twitter.com/AFjxh0Q890
— Mídia NINJA (@MidiaNINJA) April 7, 2019
Em 2016, por exemplo, o duo Jack Ü (formado por Skrillex e Diplo) fizeram movimento semelhante: trouxeram MC Bin Laden ao palco para tocarem Tá Tranquilo Tá Favorável. Nesses três anos, porém, os funkeiros brasileiros não ganharam sequer um horário nobre no LollaPalooza nacional.
Essa exclusão ocorre apenas no Brasil. MC Kevinho, dono do bordão “Cê Credita”, por exemplo, fez um dos shows mais elogiados da edição chilena do festival. Com os hits Olha a Explosão e Agora Tudo é Meu, o jovem colocou a plateia para dançar.
Kevinho recentemente, através do Instagram Stories (@Kevinho). pic.twitter.com/yWOO0xXdtQ
— News Kevinho (@newskevinhobr) March 31, 2019
Pop nacional
É inegável que o cenário pop atual é dominado pelo funk. Anitta, que recentemente lançou o disco Kisses, é o maior nome da indústria fonográfica brasileira. Junto dela, estão Ludmilla, Lexa, Jerry Smith, MC Fioti e diversos outros artistas.
Nas redes sociais, esses artistas influenciam uma legião de fãs que chegam, facilmente, a casa dos milhões – mesmo que nas rádios eles ainda percam para “os sertanejos”. Nos serviços de streaming, o batidão volta à liderança.
Jornalista especializado em música e comentarista do Multishow, Guilherme Guedes falou sobre uma espécie de perseguição ao funk. Para ele, os artistas desse gênero só conseguem entrada no festival por meio da “chancela” de um colega gringo.
A opinião também é compartilhada pelo jornalista musical Phillipe Ramos. “A reação do público ao ver Kevin O Chris no palco do Post Malone no Lollapalooza comprova que o funk merecia espaço no lineup do festival”, avaliou pelas redes sociais.
Renan da Penha
Outra discussão que marcou o segundo dia do LollaPalooza foi a prisão de Renan da Penha. O funkeiro está detido sob a acusação de associação ao tráfico, porém, seus defensores alegam que o rapaz é apenas DJ e artista.
Em seu show, a pernambucana Duda Beat exibiu uma mensagem pedindo a liberdade de Renan.
deu tempo de ver o finalzinho do show da Duda e ó o que ela colocou no telão: pic.twitter.com/OYio9hYC9g
— Renan Guerra (@_renanguerra) April 6, 2019
Renan da Penha é o idealizador do Baile da Gaiola, o maior do Rio de Janeiro, que ocorre na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Tema de diversas músicas, a festa já apareceu em letras de Dennis DJ, Mc Livinho, Mc Maneirinho e Mc Kelvin.
O repórter viajou a convite da Budweiser Brasil