Julio Secchin junta nude e festa com a MPB e cria o funk de pelúcia
O cantor Julio Secchin revela como seu trabalho como diretor de clipes e seu contato com artistas o inspirou a mudar de carreira
atualizado
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O carioca Julio Secchin ganhou as redes sociais em 2020 com o hit Jovem, e, desde então, vem conquistando fãs em todo Brasil com seu estilo musical, intitulado por ele como “funk de pelúcia”. Antes de se aventurar como cantor, Secchin desfrutava de uma carreira sólida nos bastidores, onde dirigia videoclipes, porém, sentia-se limitado na expressão de sua própria arte.
Em entrevista ao Metrópoles, Julio destaca que, embora fosse apaixonado pela direção de clipes, havia um certo limite na liberdade criativa que o incomodava. Foi o contato próximo com Silva que desencadeou nele o desejo de se tornar cantor.
“Cheguei a fazer uns clipes do Silva e acho que isso me ajudou muito. É um cara que tem uma música parecida com a minha em certos aspectos. Então, ter visto alguém que tem essa similaridade de sensibilidade musical me fez pensar: ‘Po, esse é um caminho possível'”, explica Julio.
O estilo musical do cantor, um funk-indie, misturado com elementos da música popular brasileira, atrai o público mais novo por falar de coisas como nudes, MD, amores que deram errado e vacilos no rolê – basicamente, os mesmos temas do ritmo base, mas de uma forma um pouco diferente.
“Eu comecei a misturar esse negócio das letras de funk com MPB, e o pessoal não tinha um nome para isso. E numa brincadeira, num ensaio, uma palhaçada qualquer, deram o nome de funk de pelúcia”, explica.
Julio ainda afirmou que o diferencial do seu som é, justamente, fugir do convencional: “Quando a gente vem de uma referência de MPB, a gente normalmente espera um tipo de poesia um pouco mais eloquente, um pouco mais refinada, digamos assim. E aí eu fui entendendo que aproximar o universo da MPB para a linguagem coloquial era a grande sacada do meu trabalho”.
O cantor lançou seu último álbum, Erupçando, em novembro deste ano. Ele conta que o disco demorou três anos para ficar pronto e foi produzido durante momentos difíceis.
“O álbum para mim tem um sentimento muito claro, que é a essa vontade de encontrar um amor a partir de um cenário de tragédia, de caos, que o Brasil viveu nos últimos anos, tanto politicamente quanto com pandemia, sabe? Então o tema central é a vontade existencial de encontrar amor mesmo nessas situações mais difíceis”, conclui.