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Jukebox Sentimental: King Crimson e a invenção do rock progressivo

A banda está confirmada no lineup do Rock in Rio 2019

atualizado

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King Crimson na sua primeira formação clássica
1 de 1 King Crimson na sua primeira formação clássica - Foto: Reprodução

A notícia caiu outro dia como um raio entre os fãs de música progressiva e experimental. Foi como se Zeus, lá do alto do imponente e inatingível monte Olimpo, mandasse sinais de júbilo e êxtase para nós, simples mortais. Tudo isso porque uma das bandas mais icônicas do gênero – os britânicos do King Crimson –, está confirmadíssima na programação do último dia da edição 2019 do Rock In Rio, que acontecerá no dia 6 de outubro no palco Sunset.

Ainda está longe de isso acontecer, é verdade, mas e daí? Para muitos fãs e entusiastas da música é uma experiência mágica para celebrar desde já. É a primeira vez que o grupo liderado pelo cultuado guitarrista Robert Fripp vem ao Brasil. Isso no ano em que a banda comemora 50 anos de carreira, após 16 discos de estúdios. Dois deles lendários: In The Court Of The Crimson King (1969) e Lark’s Tongues In Aspic (1973).

 

Bem, tudo começou em 1968, quando Fripp (guitarra), Greg Lake (baixo, voz), Michael Giles (bateria), Peter Sinfeld (letras) e Ian McDonald (teclados, vibrafone e sopro) resolveram ditar as regras do que viria a ser o rock progressivo com o lançamento de estreia, em 1969. O gênero já vinha dando as caras, de um jeito ou de outro, em meados dos anos 1960, mas sem, digamos, paternidade…

“Sempre recebemos cartas. A garota escrevia dizendo: ‘não entendo as letras de vocês’, quem é King Crimson’”, se divertia em 1971 o letrista da banda Peter Sinfield, explicando o lirismo hermético e pernóstico de suas canções e sobre a origem do nome que, segundo a mitologia da banda, foi criada por Sinfield como sinônimo para Belzebub, ou seja, o Diabo. Vai saber…

Fripp: guitarrista versátil e criativo
O primeiro grande show da banda foi um happening e aconteceu antes do lançamento do clássico disco de estreia, o que consolidaria de vez o rock progressivo como um gênero e trazia a famosa capa kafkiana assinada por Barry Godber. Foi no dia 5 de julho de 1969, no Hyde Park, Londres, para um público de cerca de 650 mil pessoas, abrindo para os Stones que homenageava Brian Jones, morto dois dias antes.

A lenda conta que Fripp e sua turma de desajustados experimentais roubaram a cena, mas tudo bem já que, meses antes, Jagger, com sua vaidade de um personagem de Shakespeare retraído, teve que engolir a seco o The Who e o Jethro Tull ofuscarem sua banda no projeto Rock and Roll Circus. Tanto que o líder e vocalista dos Stones engavetou essa mise-en-scène circense psicodélica por quase 30 anos. Mas essa é uma outra história…

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Robert Fripp: líder da King Crimson

 

Voltando ao King Crimson, após dois discos, Greg Lake deixa o grupo para formar o power trio prog Emerson, Lake & Palmer. Seria a primeira de várias desistências e substituições do grupo, sempre tendo o guitarrista Robert Fripp como integrante fixo desde sua fundação. Diga-se de passagem, Fripp é eternizado como um dos guitarristas mais criativos e ousados do rock progressivo.

Versátil, o músico, que no começo da carreira sustentava uma aparência de lorde inglês e hoje lembra mais um intelectual acadêmico, participou de vários discos de gente de peso do pop rock. Uma galera que vai de Brian Eno a David Bowie, passando por Peter Gabriel e o ex The Police Andy Summers.

De veia experimental, o guitarrista inglês começou a tocar aos 11 anos de idade, lapidando seu estilo com pitadas de jazz e música erudita, mas então um dia chegou a moda progressiva e tudo pareceu se casar. O experimentalismo e limpidez com que o músico executa suas levadas e riffs oníricos sempre estiveram presentes no som fantástico do King Crimson. Vale conferir registros como In The Wake of Poseidon (1970) e Lark’s Tongues In Aspic (1973).

Que verdade seja dita. Dos grandes baluartes do gênero, entre eles estrelas como Yes, Genesis, Pink Floyd, só para ficar em alguns nomes mais conhecido, o King Crimson de Robert Fripp foi o único que se manteve fiel às suas origens progressivas, nunca se rendendo ao pop radiofônico. Daí o fato de seguir anos com um público pequeno, mas fiel que, com certeza, irá marcar presença no Rock in Rio em outubro deste ano…

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