Jacaré diz ter sofrido homofobia na época do É o Tchan: “Me jogavam coisas”
Mesmo sendo heterossexual, dançarino sofreu preconceito e foi chamado até mesmo de “veado” por dançar e rebolar nas coreografias do grupo
atualizado
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Ex-dançarino do É o Tchan, Edson Cardoso, mais conhecido como Jacaré, diz ter sofrido preconceito quando o grupo de axé estourou no Brasil nos anos 1990. De acordo com o dançarino, as pessoas não aceitavam que um homem pudesse dançar as famosas coreografias do grupo.
“Na Bahia, não [sofria preconceito]. Pelo fato de dançar, rebolar, requebrar, não. Em Salvador, como você mesmo disse, é normal. Mas quando o grupo começou a ir para o Sul e Sudeste, ir para a televisão em rede nacional, aí sim, foi muito complicado. Sempre tinha aquela coisa de gritar ‘ah, olha o veado’… Eu recebi lata no joelho, recebi muita gritaria”, relembrou ele, em entrevista ao Altas Horas.
“Mas hoje eu fico muito feliz em ver que todo o Brasil dança, rebolando, requebrando, e espero ter contribuído para isso”, acrescentou, em seguida.
Dançarino e também ator, Jacaré mudou-se para Vancouver, no Canadá, há cerca de quatro anos com a esposa, Gabriela Mesquita, e os filhos Rafael e Beatriz, de 7 e 5 anos de idade, respectivamente. Ele diz ter feito alguns trabalhos no país, mas que tem tentado levar uma vida mais tranquila.
Ao lado de Compadre Washington, Beto Jamaica, Scheila Carvalho e Sheila Mello, Jacaré transformou o É o Tchan em um fenômeno do axé music. Carla Perez e Débora Brasil também participaram do grupo antes. Juntos, eles levaram o grupo à fama e ao ranking dos hits mais tocados em rádios de todo o país, na época de ouro do axé no Brasil.