Interesse em K-pop cresce quase 485% nos últimos 2 anos no Brasil
Desde 2017, as maiores bandas do gênero, BTS e BLACKPINK, dominaram o Spotify nacional e se destacam no YouTube
atualizado
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Há algumas semanas, o grupo KARD apresentou-se no Encontro com Fátima Bernardes. Não faz muito tempo, seria inimaginável pensar meninos e meninas coreanos no palco de um programa da Globo, por exemplo. Porém, é inegável que o K-pop se tornou uma febre no Brasil nos últimos anos: além da televisão, a procura por esse estilo musical chegou à internet, mobilizando fãs e serviços de busca.
Os números compilados pelo (M)Dados deixam claro o crescimento do interesse por K-pop no Brasil, nos últimos anos. Esse salto teve duas bandas como trampolim: BTS e BLACKPINK. Os grupos emplacaram, cada um, ao menos uma música no top 200 diário do Spotify brasileiro desde 1º de janeiro de 2017.
Em 2017, músicas das duas bandas juntas somaram 3,360 milhões de streams no Spotify. Em 2018, esse valor subiu para 7,601 milhões. Em 2019, até 11 de outubro, as duas bandas já atingiram 19,653 milhões de streams. Isso indica um aumento de 484,9% ao longo dos últimos dois anos, apenas no Brasil. A valorização do K-pop na plataforma de streaming mais usada no país reflete a popularização do gênero por aqui.
No YouTube, não é possível fazer a mesma comparação, porque a plataforma fornece dados apenas para os últimos 12 meses. Entre 14 de outubro de 2018 e 12 de outubro de 2019, as bandas somaram 901,793 milhões de views apenas no Brasil.
As buscas no Google também comprovam um crescimento. Neste ano, no período de abril a junho, as pesquisas por BTS e BLACKPINK alcançaram o pico. Em comparação, a banda BTS ganha disparado de qualquer outra banda de K-pop.
Ainda de acordo com o Billboard Social 50, o BTS, desde que entrou para o primeiro lugar em outubro de 2016, tem permanecido na lista durante 157 semanas, sendo 148 dessas na liderança. O BLACKPINK, por sua vez, permaneceu no ranking Top Social 50 por 103 semanas, alcançando no máximo o terceiro lugar entre artistas como Ariana Grande, Taylor Swift, Shawn Mendes e Drake. Na semana mais recente registrada no Billboard Top Social 50, as primeiras oito posições foram tomadas por grupos de K-pop.
K-pop em Brasília
Brasília não escapou à moda sul-coreana. Na capital, fãs se conhecem pelas redes sociais, principalmente pelo WhatsApp, e organizam eventos para se encontrarem pessoalmente, ouvirem música e compartilharem novidades sobre bandas e livros.
Aproveitando o clima de globalização, os admiradores do estilo recebem apoio do K-Pop Station, um portal internacional de notícias sobre o gênero musical. Com a difusão, brasilienses criaram grupos covers das bandas asiáticas.
Por exemplo, o Robotronic, inspirado na banda Shinee, que atua em eventos e competições de dança, como a edição brasiliense do evento Chuseok. Dylan Cavalcante, 19, fez parte do grupo e já integrou um cover do BTS (Bangtan Sonyeondan).
“Eu era bastante tímido, mas, quando vi a dinâmica dos integrantes, me apaixonei e decidir ficar. Como cover da Shinee, vamos fazer uma homenagem ao Kim”, antecipa Dylan. “O bom dos encontros é que eles fazem bem a quem participa. A galera faz novas amizades e vence o medo de conhecer novas pessoas”, opina.