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Guilherme Arantes: “A música está dividida entre a balada e o resto”

Músico comemora 40 anos de carreira em show no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, onde promete sucessos como Planeta Água

atualizado

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Guilherme Arantes
1 de 1 Guilherme Arantes - Foto: Divulgação

Aos 65 anos, comemorados neste sábado (28/7), e comemorando 40 de carreira, Guilherme Arantes não esconde o descontentamento com o mercado de música no Brasil. Autor de clássicos como Planeta Água, Meu Mundo e Nada Mais, Extase! e muitos outros sucessos, o músico acredita que hoje em dia, a cena brasileira é “90% balada, 10% o resto”.

“Sou de uma época em que as pessoas iam para chorar em shows. Na balada, o sentimento não tem lugar. A estrela, hoje em dia, não é o artista, ele é um pano de fundo. O que interessa ao público é postar selfie na festa. Hoje o Brasil é assim”, lamenta o compositor. Segundo ele, este não é, no entanto, um problema exclusivamente nacional: o mundo inteiro tem se comportado assim.

Embora o cenário seja desanimador, Arantes tem fé na nova geração de cantores brasileiros. Entre representantes da nova safra de músicos, ele cita Tiago Iorc, Anavitória e Ana Vilela. “Eles estão achando um novo caminho, com versões acústicas”, elogia o veterano, que considera a cena do novo folk nacional a mais importante do momento.

Autor de mais de 400 canções, Arantes compôs recentemente uma música para Gal Costa e está no processo de elaboração de uma nova a ser interpretada por Roberto Carlos. “O importante é nunca comparar um sucesso a outro. O prazer de compor tem que ser celebrado, e não o resultado”, ensina o vencedor do Prêmio Multishow 2013 de melhor disco.

Novela
Não é só de lado B que vive Guilherme Arantes. Ao lado de Roupa Nova, ele foi um dos precursores de músicas para novelas nacionais. “Eram trilhas de novelas, mas tenho coisas duradouras e de qualidade. Ia muito além da popularidade da música, conseguimos marcos. De uns 10 anos para cá, os produtores não têm nos convidado mais, estão nos devendo essa”, cobra.

Questionado sobre o que ainda falta alcançar na carreira, Arantes revela que quer ser lembrado por seu trabalho. “O mais difícil é ficar para a posteridade, como é o caso do Jobim. Eu queria que as pessoas se lembrassem, por séculos, das minhas músicas”, afirma.

O compositor tem data marcada para visitar Brasília: em 22 de setembro, Arantes fará um show no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, quando vai apresentar seus maiores sucessos. Os ingressos custam a partir de R$ 50 e podem ser adquiridos no Brasília Shopping, na Fnac do ParkShopping ou no site do evento.

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