Gal Costa fala ao Metrópoles sobre música, amor e show em Brasília
A cantora traz a Brasília a nova turnê, A Pele do Futuro, dia 6 de julho. A apresentação acontece no Centro de Convenções Ulysses Guimarães
atualizado
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“Atenção para a estrofe e para o refrão”, que a divina e maravilhosa Gal Costa está rodando o país com a nova turnê, A Pele do Futuro. O show desembarca em Brasília no próximo dia 6 de julho, em única apresentação, no Centro de Convenções Ulysses (Eixo Monumental), a partir das 21h30.
No espetáculo dirigido por Marcus Preto, o público poderá ver as “Gal Costas” de todos os tempos: profanas, diversas e estratosféricas. “Essa pluralidade sempre foi uma característica dos meus shows e discos. Uma marca minha”, afirma a cantora.
A intérprete não mente. Em 2013 — ao incluir um beat 150 bpm e cantar um funk carioca em Miami Maculelê — Gal mostrava estar antenada a todas as novidades da música brasileira. Agora, ela repete a dose ao passear por ritmos eletrônicos. “Já fiz baião, samba… Dance music era uma coisa que eu sempre tive vontade, mas não tinha tido oportunidade. Enfim, realizei esse desejo”, conta Gal.
Parcerias inesperadas
Quebrar paradigmas também faz o estilo de Gal, e a cantora prova isso em A Pele do Futuro. Se alguns dos colegas da MPB torcem o nariz para a música sertaneja, a artista convida a Rainha do Feminejo, Marília Mendonça, para participar do seu disco. As duas cantam Cuidando de Longe, de autoria da própria goiana. “Um dos recados que eu quis passar foi um pouco disso, de romper preconceitos”, revela.
Mas não só por isso, Gal não mede palavras para rasgar-se em elogios à compositora sertaneja. “Eu a chamei porque ela é maravilhosa mesmo. Acho realmente que Marília se diferencia do resto dos sertanejos. Tanto das mulheres, quanto dos homens. Ela tem um algo a mais no jeito de fazer a música dela, de compor. Ela é rock n’ roll puro”, derrete-se.
Reaproximação
Outro dueto que chamou atenção dos admiradores da artista vem da faixa Minha Mãe. De César Lacerda e Jorge Mautner, a canção conta com a participação de Maria Bethânia, com quem Gal não divide o palco há 20 anos. “Foi uma alegria juntar nossas vozes de novo. Eu acho que uma complementa a outra e, no fim, dá numa coisa muito bonita”, ressalta.
O motivo do afastamento da companheira de palco por tantos anos, Gal não revela, mas demonstra guardar só os bons momentos com a amiga. “Eu sempre lembro do nosso início, de quando a gente se conheceu. Caetano compôs Sol Negro, e nós cantamos em um show que fizemos em Salvador, antes de sermos famosos. Minha voz aguda e a dela, rouca, sempre combinou”, recorda Gal.
Paixão pelo ofício
Mesmo com 53 anos de carreira e seu nome fincado no seleto grupo de principais intérpretes do país, Gal não se aninha nos louros já conquistados. “Eu acho que a gente sempre tem o que melhorar, sempre tem onde chegar”, considera. Para a baiana, “chegar lá” é encontrar frescor no que se faz. “Às vezes, você canta uma música a vida inteira, e tem um certo dia que ela parece uma canção nova. Isso é muito importante para um artista, a capacidade de ver como novo, o que o seu olhar já está acostumado”, ensina.
A paixão pelo ofício é evidente. Aos 73 anos de vida, ela mantém agenda cheia de shows e garante não pretender interromper a trajetória artística tão cedo. “A música me faz tão bem, é tão saudável, tão revigorante… Eu gosto de viajar, de ir para os hotéis, embora realmente seja cansativo. Hoje meu ritmo não é mais tão intenso como quando era mais jovem, mas eu tenho bastante show marcado. A pessoa vai envelhecendo, mas não pode parar, senão fica aquele tédio. A vida é boa quando você entrega, movimenta”, pondera Gal Costa.
De acordo com a cantora, o que faz valer a pena é perceber o bem que a música faz para a vida das pessoas. “Tem show em que as pessoas chegam deprimidas e no fim estão de pé, dançando. Eu acho maravilhoso”, diz. Segundo Gal, em momentos como o atual, onde discursos de ódio têm sido inflados em todo o mundo, nadar na direção contrária se faz ainda mais necessário. “O amor é que move o mundo. Nesta fase tão violenta, falar de amor é revolucionário, e é dever de toda pessoa pública”, conclui.
Gal Costa em A Pele do Futuro
Dia 6 de julho (sábado), às 21h30, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental). Ingressos: de R$ 37,50 (superior popular) a R$ 125 (premium). Valores referentes à meia-entrada e sujeitos a alterações sem aviso prévio. À venda on-line e na bilheteria do teatro. Não recomendado para menores de 16 anos