metropoles.com

Funk mineiro se torna criador de tendências e vira referência nacional

O funk ganhou identidade própria em Belo Horizonte, dominou as plataformas musicais e passou a ser reproduzido em diversos estados do Brasil

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Arte/Metrópoles
Monagem com a clássica capa do disco Clube da Esquina
1 de 1 Monagem com a clássica capa do disco Clube da Esquina - Foto: Arte/Metrópoles

O funk passou por um crescimento considerável a partir dos anos 2010, com a chegada do streaming. O gênero, que tinha sua força localizada no Rio de Janeiro e em São Paulo, ganhou novas características em outros estados e virou um fenômeno em Minas Gerais. O estado do pão de queijo, então, passou a exportar para o resto do Brasil novas vertentes do ritmo.

Atualmente, o funk de BH (Belo Horizonte) é um dos mais escutados nacionalmente. Ocupando o topo das playlists musicais no streaming e viralizando nas redes sociais, o funk mineiro conta com diversas vertentes criativas como o MTG e o Funktroit.

Para o rapper mineiro Canaan, a inovação tecnológica alterou o pensamento social sobre a cultura do funk em Minas Gerais. “Antes do sucesso, o funk era visto como música de bandido. A evolução tecnológica possibilitou que o povão pudesse ouvir e divulgar tudo aquilo que realmente gostava. E sendo maioria populacional, mostrou o verdadeiro poder da música urbana”, comentou o artista.

3 imagens
Rapper Canaan
Davi Kneip, MC GW e DJ Topo são representantes do MTG, subgênero do funk
1 de 3

MC Rick

Divulgação
2 de 3

Rapper Canaan

Divulgação
3 de 3

Davi Kneip, MC GW e DJ Topo são representantes do MTG, subgênero do funk

Reprodução/Instagram e Divulgação

Com a ascensão do gênero, artistas como MC Rick se tornaram responsáveis por popularizar o ritmo e tornar a musicalidade mineira em uma febre nacional. Ao Metrópoles, o artista explicou como Belo Horizonte virou um dos polos do funk no Brasil.

“O funk em BH está sempre evoluindo porque os artistas não param de criar. A cena daqui é diferenciada, o pessoal sempre quer inventar algo novo. O MTG é um exemplo disso, uma mistura com a nossa cara. BH está na linha de frente da transformação do funk”, pontuou o cantor.

Um funk diferente

Apesar de ter uma relação com o funk do Rio de Janeiro e de São Paulo, o funk mineiro é considerado diferente pelos agentes musicais. Igor Carvalho, CEO da GR6, uma das grandes produtoras musicais do Brasil, acredita que o grande diferencial está no sotaque mineiro.

“O funk, no geral, fala sobre as mesmas coisas na região Sudeste. O de Belo Horizonte tem a peculiaridade da linguagem regional, que é um pouco diferente dos outros estados, e faz com que ele seja diferenciado. Os artistas fazem letras com cacoetes, com gírias de Minas Gerais, e acabam tendo uma aceitação grande do público”, avalia.

MC Rick destaca, ainda, o trabalho feito para popularizar o gênero no estado. “A gente trouxe nossa vivência e transformou isso num som nosso. Conquistamos nosso espaço e estamos influenciando de várias formas. O som daqui tem uma identidade própria, diferente, e está ganhando o Brasil”, afirmou o funkeiro.

Igor Carvalho acredita que o funk mineiro ainda não é o mais escutado do país, mas tem potencial para atingir a marca. “O funk de BH tem seus picos. Em alguns momentos, é o mais consumido no Brasil por conta das inovações, mas, no longo prazo, o funk de São Paulo fica por mais tempo no topo das plataformas”, opinou o diretor.

Funk sem preconceitos

Minas Gerais é conhecida por ser a terra do rock do Skank, da MPB de Milton Nascimento e agora também pela forte cultura do funk. O movimento começou a ser difundido há muitos anos, com o auxilio do rap, do trap e da dança.

Nos últimos anos, Belo Horizonte viu surgir a cultura dos bailes blacks, o Duelo Nacional de MCs e uma intensificação do do rap e do trap, com nomes nacionais como Djonga. É neste contexto que o funk encontrou terreno propício para desabrochar no estado.

O MTG, por exemplo, usou parceria com ícones da MPB para se estabelece. “O funk em sua essência não precisaria de vozes tracionais da cultura popular brasileira, pois, por si só, é gigante, mas, sem sombra de dúvidas, essas participações e colaborações geram uma maior aceitação de um público elitizado de classe social mais elevada ou religiosa”, opina o rapper Canaan

Para MC Rick, a união com outros artistas é positiva, mas não pode desvirtuar o movimento.

“Quando você junta nomes de peso como esses, o pessoal respeita mais. Mas o funk não pode perder a essência da quebrada, tá ligado? A gente não pode deixar o som ficar só para a elite, temos que lembrar de onde ele veio. Dá para evoluir sem esquecer nossas raízes”, destacou o cantor.

Igor Carvalho, CEO da GR6, aprecia a união de segmentos, mas destaca a força individual do funk.

“O preconceito do funk está sendo quebrado com profissionalismo e entrega. Hoje a música dos próprios funkeiros por si só já está quebrando esse preconceito. É importante ter outros artistas colaborando, mas o movimento funk é muito maior do que a presença de um artista”, declarou ele.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?