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Fase Brat: por que artistas estão investindo em remixes

Versões retrabalhadas de músicas estão ganhando espaço na discografia de cantores como uma estratégia comercial

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1 de 1 Imagem colorida da capa de remixes do Brat - Metrópoles - Foto: Divulgação / Charli XCX

Nos últimos meses, o álbum Brat, da cantora Charli XCX, dominou a internet, conquistando o título de “álbum do verão norte-americano” por especialistas de cultura pop do país. Um dos principais fatores que contribuíram para a longevidade do projeto foram os remixes – incluindo a colaboração com Lorde na faixa Girl So Confusing, em que as artistas resolveram publicamente suas diferenças na música, e a parceria com Billie Ellish em Guess, que adicionou um tom sáfico à música original.

Apesar do destaque recente do Brat, Charli XCX não foi precursora nessa estratégia. Desde os anos 1980, músicos têm utilizado os remixes para alcançar um novo públicos e manter suas músicas em destaque, como explica o DJ e jornalista Camilo Rocha, que é escritor do livro Bate-Estaca – Como DJs, Drag Queens e Clubbers Salvaram a Noite de São Paulo.

“O remix permite ir além do original”, define. As maneiras de se fazer uma remodelagem vão desde uma reorganização dos instrumentais até adição de um elemento, como uma batida de funk, rap ou vocais de outro artista.

Já no Brasil, Felguk & Cat Dealers adaptaram Ai Ai Ai, de Vanessa da Mata, para uma versão mais anima, que dominou as festas. Mais recentemente, os MTGs, que é uma re-montagem de música, estão ganhando cada vez mais popularidade, como a versão de Chihiro na voz de Duda Beat, que foi autorizada pela artista original, Billie Elish.

Aliás, Camilo acrescenta que há casos em que o remix supera o sucesso da faixa inicial, tornando-se “a versão mais conhecida”. Um exemplo é a canção Habits (Stay High), da cantora Tove Lo, que ganhou mais popularidade com a versão remix do Hippie Sabotage.

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Remix de interesses

Os remixes são vantajosos tanto para o autor original da canção quanto para quem participa da versão retrabalhada. Em ambos os casos, o resultado é uma expansão da audiência por meio da parceria.

Na década de 1980, este movimento era bastante comum em boates, em que os DJs exploravam as músicas de uma forma diferente da versão que tocava nas rádios. Assim, atraia mais público para o artista, que talvez não consumissem a canção original. “As pistas de dança são um espaço importante de divulgação”, explica Camilo.

Em 1987, por exemplo, Madonna lançou a primeira coletânea de sucessos dela retrabalhadas, You Can Dance (Singles Edits). “O remix da época era uma coisa mais extensa. Uma música que tinha 3 minutos se transforma em uma com sete minutos, com a batida mais reforçada”, diz o jornalista e DJ.

Esta troca ainda é vista hoje, mas de uma maneira diferente de quatro décadas atrás. Além das boates e festas, agora há as plataformas de streaming como catalisadoras. Ou seja, com o apoio dos algoritmos, uma parceria musical pode explodir uma bolha e chegar a um público que, talvez, não escutaria certo músico.

Essa troca de públicos e o “crossover de interesses” fortalecem o mercado da música e ampliam o alcance dos artistas envolvidos, explica o produtor musical Bob Drummond.

Forma alternativa de música

Além da estratégia mercadológica, os remixes também são uma forma a mais de consumir uma música. Como Lady Gaga que incluiu uma versão forró de Fun Tonight, feita pela brasileira Pabllo Vittar, no projeto de remixes Chromatica em Dawn of Chromatica.

Já no lado dos produtores, se engana quem pensa que é simples fazer um remix. “É uma forma de expressar musicalidade, uma verdadeira forma de arte”, afirma Bob Drummond. Ele completa que é necessário sensibilidade e conhecimento musical para criar algo novo com base no que já existe.

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