Fagner lança álbum resgatando sucessos e músicas inéditas de Belchior
Meu Parceiro Belchior relembra singles de décadas passadas e conta com participações de Amelinha, Frejat, Xand Avião e do próprio Belchior
atualizado
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Fagner resgata músicas e lembranças de Belchior no lançamento de um álbum nesta quinta-feira (13/10). Meu Parceiro Belchior está disponível em todas as plataformas digitais e traz singles do cantor que foram sucesso em décadas passadas sendo revisitados por Fagner.
“É um projeto do produtor Robertinho de Recife. Ele tem essa ideia há muitos anos e calhou de ser realizado na Universal, a gravadora dos meus primeiros discos e do Belchior também. No trabalho, descobrimos músicas inéditas, resgatamos outras de sucesso e até deixamos de gravar algumas, mas foi uma forma de contemplar minha relação e parceria com o Belchior. Trouxemos as músicas para um contexto da atualidade, é um momento oportuno para resgatar nossa história”, explica Fagner.
A relação entre os cantores surgiu na década de 1960, durante um festival musical em Fortaleza. Na ocasião, Fagner saiu vencedor, mas se apaixonou pela música de Belchior. Os dois, então, começaram a se relacionar e planejar a ida do Ceará para o Rio de Janeiro. Apesar das poucas composições feitas juntas, a relação entre eles era boa.
Saudades
Sobre a produção, o cantor confessou sentir saudade do colega de profissão durante a gravação das músicas. “Bateu um saudosismo. Botar a voz em Hora do Almoço, música que nunca gravei, mas cantei bastante com ele, que era um dos nossos hinos, deu um nó na garganta. Apesar da preocupação técnica, quando ouvia a voz dele eu voltava para épocas passadas. Lamento que a gente não tenha feito mais trabalhos, mais produções”, revelou o artista.
No setlist escolhido para apresentar ao público, 12 músicas de destaque. Duas delas, Alazão e Posto em sossego, foram encontradas em registros de órgãos da censura da ditadura que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985. Elas ganham o primeiro registro fonográfico agora, em 2022.
Outras faixas, mais conhecidas, também fazem parte do álbum. Mucuripe, A Palo Seco, Moto 1 e Galos, Noites e Quintais são alguns exemplos que ganharam novos arranjos do produtor Robertinho de Recife. Além disso, outras vozes colaboram com Fagner na produção: Amelinha, Frejat, Xand Avião e o próprio Belchior, em dueto virtual, fazem parte do disco.
“A parceria com Frejat é uma coisa incrível, porque gravei a mesma música com Cazuza há 36 anos atrás. É como uma passagem no tempo envolvendo o Barão Vermelho. O Xand Avião é cearense, nos conhecemos nas lives da pandemia e ele traz uma música mais balançada, que dialoga com a meninada. Sobre as músicas, Mucurico é a parceria mais importante com Belchior, foi a que abriu as portas do mercado para o nosso ritmo, mas Hora do Almoço é um marco porque foi com esse som que Belchior ganhou o festival universitário no Rio de Janeiro”, conta.
Sobre os planos futuros, Fagner revelou que a intenção é fazer um DVD para contemplar o disco, à moda antiga. Em um primeiro momento, os shows não estão sendo planejados, mas o projeto pode crescer. Apesar disso, a Universal disponibilizou um vídeo com a letra de uma das faixas do artista. “Faço música com o mesmo sentimento de antigamente, não ligo muito para o que está acontecendo porque minha cabeça foi formada no passado. Porém, todos na gravadora estão conectados com a atualidade”, explica.