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Expulsão de artista do Metrô reacende debate sobre a arte de rua no DF

Com importantes equipamentos públicos fechados, a cena cultural da cidade segue sem palcos

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1 de 1 WhatsApp Image 2017-02-10 at 21.36.23 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O episódio com a artista chilena Alexandra Andrea Briones Silva, 24 anos, que foi imobilizada, algemada e levada para a delegacia por estar cantando no Metrô, é mais um duro golpe na cultura do Distrito Federal.

Os acontecimentos recentes mostram que fazer arte nas ruas de Brasília virou questão de polícia. Além do caso de Alexandra, recentemente, a Agência de Fiscalização do DF (Agefis) interrompeu amigos que ensaiavam em uma praça da 216 Norte. O fato ocorreu às 16h de um sábado, horário em que o barulho não teria como perturbar o sono dos moradores.

Com importantes equipamentos públicos fechados, como o Teatro Nacional, e enfrentando problemas para cantar na rua, os artistas locais ficam, literalmente, sem palco. O saxofonista Esdras Nogueira, responsável pelo movimento Quem desligou o som?, entende que a sociedade sai perdendo com a burocratização das manifestações artísticas na capital do país.

Mais do que os artistas, são as pessoas que acabam sendo prejudicadas por esse radicalismo. A música é muito importante na vida de todo mundo. Conheço histórias de pessoas que encontraram nas artes soluções para problemas sérios, como a depressão

Esdras Nogueira

O músico faz questão de enfatizar que apresentações de rua são a forma mais democrática da cultura. Quem parece concordar com o brasiliense é o grupo U2. Os irlandeses fizeram um show no metrô de Nova York, gratuito, enquanto tocavam disfarçados.

Vários artistas internacionais já fizeram apresentações em locais públicos. O britânico Ed Sheeran, por exemplo, surpreendeu os fãs ao cantar o sucesso “Thinking Out Loud” em um shopping do Canadá. Quem também já soltou a voz nos trilhos do metrô de Londres foi Florence Welch (do Florence and The Machines).

Mudanças
No começo do mês, o Governo do Distrito Federal (GDF) assinou um decreto no qual bares e restaurantes deixam de ser atividades de risco no Distrito Federal. Com a medida, os estabelecimentos não serão mais nivelados com, por exemplo, casas noturnas, em que o volume da música é mais alto e há confinamento de pessoas.

A medida foi encarada pelo setor como um abrandamento na criticada Lei do Silêncio. “O silêncio não existe numa cidade como Brasília”, disse o secretário de Cultura, Guilherme Reis. Com os decretos, a ideia é tentar apaziguar a briga entre moradores e empresários do setor em relação ao barulho.

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