Ex-The Voice, Lucy Alves aposta na carreira de atriz em musical e em novela da TV Globo
Nos planos da cantora, compositora e multi-instrumentista paraibana está ainda um DVD, com seu grupo Clá Brasil, em homenagem a Rosil Cavalcanti , compositor de “Sebastiana”
atualizado
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São poucos os participantes de reality shows musicais brasileiros que veem a carreira decolar após a participação nesse tipo de programa. Um desses raros casos é Lucy Alves. A vida da paraibana de João Pessoa mudou completamente depois da interpretação da música “Que nem Jiló” (Luiz Gonzaga) no “The Voice Brasil”, da TV Globo, em 2013.
Ali, a cantora, compositora e sanfoneira escolheu o time de Carlinhos Brown e conquistou o carinho do público nas etapas seguintes. Mesmo não levando o prêmio na grande final — Sam Alves foi o vencedor –, Lucy colheu frutos do seu talento e dedicação.
Depois de 15 anos tocando ao lado da família no grupo Clã Brasil, a artista lançou o primeiro disco solo em 2014, “Lucy Alves”, com “De Volta Pro Aconchego”, “Frevo Mulher” e “Ai que Saudade de Ocê”, entre outros sucessos do forró. Agora, ela se prepara para divulgar o primeiro DVD solo, “Estilhaços de Amor”, em homenagem à cantora e compositora, também paraibana, Cátia de França.
Gravado no Teatro Boa Vista (Recife, PE), o projeto — com lançamento marcado para o primeiro semestre deste ano — tem composições inéditas, regravações e participações especiais de Carlinhos Brown, Carlinhos de Jesus, Chico César, Lucas dos Prazeres e do Clã Brasil.
Antes disso, mostro ao público o disco ‘Lucy Alves e Clã Brasil no Forro do Seu Rosil’. As canções dele sempre estiveram no nosso repertório mas, há algum tempo, a família de Rosil Cavalcanti havia sinalizado a vontade de ver um álbum só com músicas dele. Por ser compositor, pouca gente reconhece o trabalho de Rosil
Lucy Alves, cantora e multi-instrumentista
O projeto acabou de sair do papel e conta com três inéditas. A filha de Rosil Cavalcanti — autor da clássica “Sebastiana”, sucesso de Jackson do Pandeiro — mostrou ao grupo quatro poesias dele que não tinham sido gravadas. O Clã, então, incluiu no repertório “Gibão”, “Tambaú” e “Coco x Baião”. .
Do teatro ao Sambódramo
As novidades de Lucy Alves não param. A multi-instrumentista agora também é multi-artista. Desde novembro, ela tem investido na carreira de atriz, com o musical “Nuvem de Lágrimas”. Com texto de Anna Toledo e sucessos de Chitãozinho & Xororó na trilha sonopra, a produção faz um tributo à cultura sertaneja do país e conta uma história livremente inspirada no clássico “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen.
Sempre acreditei que o artista precisa ser completo: saber cantar, dançar, atuar…O Tiago Abravanel sugeriu que eu tentasse uma vaga no musical. Fiz o teste e fui aprovada. Foram três meses de ensaios diários. Isso me ajudou muito para a atuação na novela
O folhetim que Lucy se refere é “Velho Chico”, de Benedito Ruy Barbosa. Na próxima novela das 21h, na TV Globo, a paraibana interpretará a ribeirinha Luzia, esposa de Santo (Domingos Montagner). “O diretor Luiz Fernando Carvalho viu o meu teste para a série ‘Dois Irmãos’ e gostou muito. Fiz um outro teste para o novo projeto e deu certo. Estamos gravando a primeira fase agora e, em março, rodamos a segunda etapa da novela”.
Entre ensaios, shows, musical e gravações, Lucy ainda terá tempo para desfilar pela Império Serrano no Carnaval carioca. Ao lado do intérprete oficial Marquinho Art’Samba, ela cantará e tocará na sanfona o enredo sobre a dupla sertaneja Zezé di Camargo & Luciano.
Foi Zé Katimba, paraibano e um dos compositores da Império, quem a levou para a escola. “O coco, ritmo típico do Nordeste, me ajudou a entrar na métrica no samba-enredo”, comenta Lucy. “Estou muito feliz em homenagear essa dupla. Zezé e Luciano merecem ser aplaudidos de pé. Em 2014, desfilei pela Mangueira e foi uma experiência incrível. É algo fora do normal. Neste ano, será ainda mais emocionante”.
Sobre a participação no ‘The Voice Brasil’, Lucy avalia: ” Valeu muito a pena. As portas se abriram e o me trabalho ganhou muita visibilidade. Conheci muita gente, como o Tiago Abravanel, por exemplo. Era o momento certo no lugar certo. O programa foi uma vitrine muito importante”, completa.