Evolução: Plebe Rude prepara novo álbum com 26 composições inéditas
Em fase de finalização, o disco tem previsão de lançamento para o segundo semestre de 2019
atualizado
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Da primeira geração do punk nacional, a brasiliense Plebe Rude não quer ser reconhecida apenas como uma das bandas que revolucionaram a cena rock do país — trajetória contada pelo Metrópoles no especial 59 Anos Embalados pela Música. Os músicos Philippe Seabra (vocalista), André X (baixo) e Clemente (Guitarra) pretendem ficar marcados como roqueiros que permanecem fazendo história com sua música. Prova disso é que, atualmente, estão em estúdio finalizando Evolução, novo disco autoral do grupo, com previsão de lançamento para o segundo semestre de 2019.
Diferente da onda mercadológica, que faz com que artistas de vários segmentos se vejam obrigados a lançar álbuns cada vez menores, a Plebe Rude aposta em um produto robusto, composto por 26 composições inéditas. “Não vamos fazer ‘epzinho’, ficar lançando ‘singlezinho’ só porque as pessoas não conseguem parar 30 segundos para ler alguma coisa nem se concentrar ao menos um minuto em uma música. Problema é deles! Nós temos 26 [faixas] e duas delas têm mais de 10 minutos”, ressalta Seabra.
Seabra adianta que Evolução terá vida longa: depois do disco lançado e da turnê pelo país para divulgar o novo repertório, o álbum ganhará uma versão teatral dirigida por Jarbas Homem de Melo. “A gente faz um passeio sonoro, crítico e incisivo pela evolução do homem, desde os primórdios até a conturbada fase atual”, explica.
De acordo com o roqueiro, foram necessários seis meses de imersão no estúdio para dar vida ao novo álbum. “Apenas a música tema do disco já estava pronta, mas ela é ímpar, e não sabíamos exatamente o que fazer com ela”, lembra. A sonoridade do disco passeia pela música clássica com orquestração. Além de contar com o backing vocal luxuoso dos atores Jarbas Homem de Melo e Fábio Yoshihara. Além da participação da estreante Ana Carolina Floriano, de 11 anos. “É um achado nosso de São Paulo, um doce de menina que canta muito”, avisa Seabra.
Morte cultural
Segundo o vocalista, o estilo incisivo é a marca registrada da banda e o que faz com que o público da Plebe Rude se renove constantemente. “Não são os filhos e netos dos nossos fãs. São pessoas como a gente, que se preocupam com o futuro da nação. Sujeitos cansados desse marasmo e da morte cultural brasileira”, acredita.
Para Seabra, a história dos músicos é respeitada, justamente, por nunca terem se vendido ao mercado fonográfico. “Sabe, eu não tenho problema com o pop, nunca tive. Eu tenho problema com um estilo virar norma. Jamais vamos abaixar a nossa cabeça ou ficar tocando sucessinho para agradar pessoas em feira agropecuária. A gente faz o nosso som e é isso aí”, completa.