“Elza morreu feliz”, diz empresário durante velório da cantora no Rio
Corpo de Elza Soares é velado no Theatro Municipal. Integrantes da Mocidade de Padre Miguel, escola do coração da cantora, fizeram homenagem
atualizado
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Rio de Janeiro – Foi com um sorriso no rosto, uma das suas marcas registradas, que Elza Soares morreu aos 91 anos nessa quinta-feira (20/1), no Rio de Janeiro. O corpo da cantora é velado no Theatro Municipal, na capital fluminense, desde as 8h desta sexta-feira (21/1).
Amigos e familiares ficaram duas horas velando a artista de forma íntima. Mas o teatro foi aberto ao público às 10h para que se despedissem de Elza Soares, uma das principais cantoras do Brasil e que defendia temas como direitos da mulher e dos negros.
“Ela morreu com um sorriso no rosto. Elza morreu feliz. Eu tenho a sensação de que ela escreveu o roteiro da vida dela, de como deveria ser, como fazer, eu tenho a sensação de que ela escreveu”, disse o empresário dela, Pedro Loureiro, na abertura do velório ao público.
Homenagem da Mocidade
Além de morrer exatamente 39 anos após seu grande amor, o ex-jogador Mané Garrincha, Elza Soares faleceu no dia de São Sebastião, padroeiro do Rio, que é representado por Oxóssi nas religiões de matriz africana.
O orixá será o enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel, escola do coração da cantora, que foi homenageada no último Carnaval na Sapucaí, em 2020. No desfile de 2022, Elza apareceria no último carro da agremiação. Integrantes da escola estiveram no velório para homenageá-la.
“Do início ao fim, a Elza falava ‘eu morro de medo de morrer num hospital. Eu morro de medo de morrer num acidente. Eu morro de medo de morrer de uma doença grave, um câncer’. Nada disso aconteceu com ela. Eu falo que ela improvisou. A Elza, no último show dela, improvisou porque ela estava tão bem sem nenhum problema, sem nenhuma doença. Ela passou por Covid em outubro. Sem sentir nada”, afirmou o empresário.
Paes exalta Elza
O prefeito Eduardo Paes (PSD) compareceu ao velório e decretou luto oficial de três dias na cidade pela morte da cantora.
A artista será enterrada no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. O translado do corpo será feito por um carro do Corpo de Bombeiros, com trajeto passando pela Avenida Atlântica.
“A gente tem que celebrar a vida dessa mulher, dessa grande representante da cultura brasileira. Das pessoas que nascem nas favelas, nas periferias, das pessoas pretas, daquelas pessoas que enfrentam dificuldades dia a dia. Essa mulher soube permanentemente se levantar. É uma marca incrível. Vamos celebrar a vida da Elza, homenagear muito porque o Brasil deve muito a ela”, disse o prefeito.