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Djonga sobre elitização do rap: “O remédio é para quem está doente”

O rapper mineiro desembarca em Brasília no dia 4 de agosto, para ser uma das atrações do Festival Coma 2019, no Complexo Cultural Funarte

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1 de 1 RED-Djonga-4 - Foto: Instagram/Reprodução

“Homem negro, inferno branco, tipo Tarantino”, nos versos de O Mundo É Nosso, faixa do disco de estreia, Heresia (2017), o rapper Djonga já mostrava ter vindo para abalar as estruturas do sistema de exclusão e desigualdade sociais. No próximo mês, os brasilienses vão poder assistir ao show do artista que, antes de tudo, faz ato político em cima dos palcos. Ele é uma das atrações confirmadas do Festival Coma, realizado no Complexo Cultural Funarte (Eixo Monumental), entre os dias 2 e 4 de agosto.

“Eu toco no tema do racismo de uma forma mais direta, mais forte. Falo algumas coisas literais, faço algumas provocações um pouco rudes, mas que são necessárias para as pessoas refletirem e saírem do lugar de conforto”, explica o mineiro de Belo Horizonte.

 

 

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A data escolhida casa com o lançamento de seus álbuns anteriores (Heresia, O Menino que Queria ser Deus, Ladrão e Histórias da Minha Área)
Djonga está de volta as redes sociais
Ele havia "sumido" das redes após cantar em um show lotado no Rio de Janeiro, em meio à pandemia de Covid-19
Ele também já saiu na porrada com um segurança de um evento que não o deixava passar para fazer seu show
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Gustavo Pereira, 25 anos, o Djonga, é conhecido por suas letras contundentes contra o racismo

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A data escolhida casa com o lançamento de seus álbuns anteriores (Heresia, O Menino que Queria ser Deus, Ladrão e Histórias da Minha Área)

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Djonga está de volta as redes sociais

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Ele havia "sumido" das redes após cantar em um show lotado no Rio de Janeiro, em meio à pandemia de Covid-19

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Ele também já saiu na porrada com um segurança de um evento que não o deixava passar para fazer seu show

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Rompendo fronteiras

Depois de O Menino Que Queria Ser Deus entrar para a lista das mais importantes obras musicais de 2018, Djonga mantém o nível alto com Ladrão, álbum que chegou às plataformas digitais em março deste ano e está próximo de ultrapassar 40 milhões de reproduções só no Spotify.

A explosão nacional de Gustavo Pereira (o Djonga), de 24 anos, parece repentina para quem não conhece o forte movimento rap de Belo Horizonte, sua formação desde a adolescência. “O nosso trampo é de verdade. E diante disso a gente chega aonde quiser. A gente solta um som e no outro dia o ‘bagulho’ já está explodido”, salienta o rapper, em entrevista ao Metrópoles.

O sucesso fez com que a sua mensagem ultrapassasse as fronteiras das periferias e o seu som passasse a ser ouvido por parte da elite brasileira. O rap está na moda, e não é de hoje. No final da década de 1990, Mano Brown e os companheiros dos Racionais MC’s já recitavam: “Seu filho quer ser preto? Rá…Que ironia!”. Essa elitização do segmento também não incomoda Djonga que, segundo ele, toca para quem tiver estômago e conseguir ouvir sua letra sem anestesia. “O remédio é para quem está doente”, afirma.

Com algumas “porradas” do disco Ladrão, Djonga avalia que ficou ainda mais evidente que suas composições despertam paixões – para o bem ou mal. “Quem odeia começa a odiar mais ainda. Quem está em cima do muro cai para um lado, ou para o outro. E quem está do nosso lado se sente contemplado e fica mais feliz ainda de fazer parte da luta que a gente propõe”, considera.

Para Djonga, é “importante e necessário” que o rap alcance cada vez mais espaços e públicos diversificados — como ocorreu em sua apresentação durante o festival João Rock 2019. “O rap é a grande música do momento. É o estilo que discute tudo o que acontece no nosso país. É natural”, conclui.

Confira a playlist completa:

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