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DJ Anna fura bolha e vira um dos principais nomes da música eletrônica

A produtora brasileira se consolidou como uma das principais DJs do mundo e acumula participações em grandes festivais de música eletrônica

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1 de 1 DJ Anna - Foto: Divulgação

Ana Miranda, conhecida artisticamente como DJ Anna, é um dos grandes nomes da música eletrônica mundial. Com mais de 20 anos de carreira, a artista brasileira furou a bolha masculina e se tornou nome carimbado nos maiores festivais e clubes do estilo musical.

Reverenciada por ter duas carreiras paralelas na música eletrônica, Anna explicou em entrevista ao Metrópoles que se divide entre mundos distintos como artista e preza pelas melodias e pela qualidade sonora.

“Eu sempre toquei música mais energética, que a gente escuta mais em festivais, mas recentemente comecei a experimentar uma música mais ambiente também. Então tenho os dois lados bem definidos, sendo um mais dançante e animado e outro mais calmo. Navego nesses dois mundos com minha música”, contou.

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Foi assim que a artista viralizou com o hit Forever Ravers, em 2019, e se consolidou ainda mais no cenário musical. Desde 2018, Anna é presença constante no Tomorrowland, maior festival de música eletrônica no mundo. Neste ano, ela se apresentou pela primeira vez no palco principal do evento, na Bélgica.

Mesmo radicada na Europa, a produtora segue imprimindo características brasileiras na música, com remixes de artistas como Sérgio Mendes e Carlinhos Brown. “A força do ritmo e do groove brasileiro está presente e faz parte da minha música. Muito ritmo, muita percussão. Todo mundo adora”, celebrou.

Força feminina na música eletrônica

“Hoje em dia as mulheres estão com muito mais espaço. Ainda é uma cena mais masculina, mas o equilíbrio está chegando”

DJ Anna

DJ Anna confessou que no início da carreira não tinha muitas referências femininas na música eletrônica. Em um tempo diferente do atual, com menor influência das redes sociais e sem acesso constante à internet, a artista precisou se virar para imprimir características próprias na música.

“Quando eu comecei não tinha muita referência feminina e também não tinha muita representatividade. Em uma indústria em que as mulheres tinham que se provar a todo momento, era difícil. Atualmente, muito devido ao esforço das mulheres, estamos com mais espaço”, pontuou.

Apesar de entender que a experiência coletiva feminina é difícil no cenário da música eletrônica, com repressão e preconceito, Anna revela que não passou por experiências pessoais ruins na carreira.

“Eu acho que ser mulher me ajudou porque era uma coisa diferente na época, então a galera queria me ouvir. Na minha experiência pessoal, ser mulher nunca foi um empecilho. Muito pelo contrário, me ajudou bastante a crescer musicalmente”, revelou.

Curadoria com a série Global Underground

Por conta do atual sucesso, a DJ Anna foi convidada para a curadoria da série inglesa de discos da Global Underground, conhecida por trabalhar apenas com os grandes nomes da cena eletrônica mundial.

Ela se tornou a primeira artista brasileira a participar da série e fez um compilado de 40 músicas com o tema Lisboa, cidade onde mora atualmente.

“Escolhi músicas que me fazem sentir da mesma forma que Lisboa me faz sentir, e selecionei todo o espectro do meu gosto musical, incluindo ambient, house e techno. Então, há esse senso de vitalidade, de energia edificante que reflete a diversidade da cidade… Poucos lugares me fazem sentir tão estimulada, inspirada e realizada como Lisboa. É uma cidade onde me sinto totalmente em casa e em paz”, declarou a artista.

Relação de DJ Anna com o Brasil

A artista deixou o Brasil em 2015 e foi morar em Barcelona. Mesmo assim, mantém raízes brasileiras e contato com o país natal. “Eu vou bastante para o Brasil. Desde o Tomorrowland de 2023, a minha relação com o público ficou mais forte. Este ano, também estarei tocando em festas de Reveillon no Brasil.”

A musicista mantém uma boa relação com os outros artistas brasileiros como Alok e Vintage Culture e acredita que a união é um diferencial no cenário da música eletrônica. “É uma relação de amizade, sempre um torcendo pelo outro. Não sinto uma rixa, sinceramente. É um orgulho ver outros brasileiros em posição de destaque”, disse.

Expoente musical, Anna acredita também que a música eletrônica está se tornando um sucesso no Brasil.

“Cresceu muito. Quando eu saí do Brasil, em 2015, a música eletrônica não era nada próximo do que é hoje. Atualmente, todos os festivais do circuito europeu fazem edições no Brasil. Falta apenas tempo para que a música dissemine e faça parte da cultura brasileira. Foi um crescimento lindo, super rápido”, analisou.

Por fim, ela celebrou a oportunidade de celebrar o Brasil nos eventos europeus. “Nos últimos dois anos, por onde vou, recebo o carinho dos brasileiros. São várias bandeiras do Brasil na pista, então eu agradeço pelo acolhimento e prometo seguir representando o Brasil musicalmente.”

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