metropoles.com

De 4×4, Mr. Catra rompeu as barreiras do preconceito com o funk

Ícone polêmico do mais popular ritmo brasileiro, o artista morreu aos 49 anos vítima de um câncer

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação
catra
1 de 1 catra - Foto: Divulgação

Sem querer ofender nenhuma crença religiosa, mas, ao menos no meu imaginário, Mr. Catra chegará ao céu numa 4×4 aos gritos de “uh, uh, uh, Papai chegou”. Dono de letras irreverentes, o artista Wagner Domingues Costa é certamente um dos mais importantes nomes na consolidação do funk carioca como um ritmo brasileiro que abrange morro e asfalto.

Você ainda tem preconceito com funk? O Simpático, para de formar K.O! As listas de mais tocadas dos principais serviços de streaming do Brasil, mostram que o pancadão originado no Rio de Janeiro (com versões nordestinas, paulistas e brasilienses) é hoje o mais amado gênero tupiniquim.

A trajetória de popularização do funk caminha ao lado de Mr. Catra. Sem medo do proibidão, o cantor apresentou hinos como Capô de Fusca, Adultério e Mama – tem putaria, bebida, orgia e muita coisa que geral curte dançar na pista.

Enquanto as rádios se renderam ao funk melody, Catra nunca se furtou em falar de pau, boceta e qualquer outro palavrão que, moralismos à parte, você fala no seu dia a dia, mas se arrepia ao ouvir numa música.

5 imagens
O artista ajudou a popularizar o funk, mas tem letras problemáticas, carregadas de machismo
Mr. Catra foi diagnosticado com câncer no começo de 2017
Mr. Catra
Mr. Catra é conhecido pelas letras de música picantes e pela família numerosa
1 de 5

Mr. Catra morreu em 9/9, aos 49 anos

AgNews
2 de 5

O artista ajudou a popularizar o funk, mas tem letras problemáticas, carregadas de machismo

3 de 5

Mr. Catra foi diagnosticado com câncer no começo de 2017

AgNews
4 de 5

Mr. Catra

5 de 5

Mr. Catra é conhecido pelas letras de música picantes e pela família numerosa

AgNews

 

Longe das cifras, da televisão e da música comportada de grandes nomes como Anitta e Buchecha, Catra era um trabalhador do funk: chegava a fazer mais de 5 shows por noite, nunca escondeu a poligamia e popularizou o proibidão.

Catra tem inegáveis méritos como artista, mas o conteúdo machista e abusivo de suas letras também são um triste legado deixado pelo cantor. As músicas carregam altas doses de machismo e homofobia, com incitação a comportamentos condenáveis. Erros sérios, que nenhum acerto seria capaz de apagar, ainda mais em uma sociedade na qual o feminicídio é um ato crescente e mulheres sofrem para chegar a patamares minimamente aceitáveis de igualdade.

Relembre o polêmico sucesso Adultério:

Era no palco que Catra se revelava um showman. A introdução virou um marco: “Vai começar a putaria”! Em seguida, o baile começava, fosse na favela ou em boates do Lago Sul – área nobre aqui de Brasília.

Com seus estilo próprio, Catra levou o funk e toda um palavreado longe do politicamente correto para boates LGBTs, clubs alternativos, morro e palcos de todo o Brasil.

Valeu, Papai! Do céu, você poderá ver seu legado com uísque e Red Bull.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?