Dançarina acusa MC Livinho de racismo e assédio; funkeiro se revolta
Raielli Leon gravou um clipe com o funkeiro há cerca de três anos e relatou ameaças e brincadeiras racistas que sofreu por parte do funkeiro
atualizado
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A dançarina e modelo Raielli Leon contou nos Stories do Instagram nesta terça-feira (2/6) que foi vítima de racismo e assédio por parte do funkeiro MC Livinho, com quem gravou um clipe há cerca de 3 anos.
“Em novembro de 2017 fui convidada pra gravar um clipe do Rodriguinho, Gaab e Mc Livinho. Fiquei muito empolgada, porque tinha começado a gravar clipes. Aí apareceu outro clipe, tinha nove modelos negras e 10 modelos brancas. Fiquei superempolgada, levei horas pra deixar meu cabelo seco, com cachinhos. Livinho estava lá. Cumprimentei ele e acho que ele soube que eu estaria com ele no outro clipe, não foi com minha cara. Ele passou o clipe inteiro me olhando torto. Fiquei no meu canto”, começou Ray.
“Fomos gravar a cena, eu do lado dele, dançando na minha. Não sei o que passou na cabeça dele, porque não tem como saber o que passa na cabeça de uma pessoa racista, idiota, escrota. Ele começou a fazer dancinhas obscenas, virado pro meu lado, pegando no saco, como se estivesse sarrando. E fiquei incomodada ali naquele momento. Nem falou comigo o clipe inteiro e do nada fazendo essas brincadeiras”, explicou a dançarina.
Ela ainda contou que o funkeiro tirou o celular do bolso dele, colocou no cabelo de Ray e falou: “Você roubou meu celular, cabelo!”. “Quebrou o meu encanto pelo artista. Todo mundo que estava por perto riu. Maioria começou a rir. Satisfeito, porque ele queria chamar a atenção, deu certo pra ele. Ele repetiu mais duas vezes: pôs a mão no meu cabelo, falou que estava espetando, catou um anel, colocou no meu cabelo, falou que eu tinha roubado o anel dele. E eu inconformada, mandando ele parar”, descreveu.
A dançarina afirmou que ninguém fez nada para defendê-la: “As pessoas estavam filmando, porque era uma cena para o clipe. Ao invés de mandarem ele parar, falavam: ‘ai, Livinho, príncipe, pula na piscina’. Enquanto ele se arrumava pra pular na piscina, ele não estava satisfeito, virou pra mim e perguntou: ‘vamos pular na piscina? Não quer ver se [o cabelo] molha?! Ele pegou no meu braço pra me puxar. Bati, tirei a mão dele e não pulei. Eu não tinha intimidade nenhuma com ele, não dei nenhuma liberdade e muito menos isso, que não é uma brincadeira.”
Ao invés de pedir desculpas, segundo Ray, Livinho a ameaçou: “Eu só esperava que ele se desculpasse, nem que fosse por telefone e a vida ia seguir normal. Sabe o que ele fez?! Me xingou de todos os nomes possíveis, falou que ia acabar com a minha carreira, que eu deveria ter medo do que eu estava falando e com quem eu estava brincando. Fiquei mal, desesperada”.
Defesa
O cantor se pronunciou sobre o assunto em seu Instagram nesta quarta-feira (3/6) em uma live, que ele não deixou salva.
“Vacilão é o caralho. Eu sou homem e arco com as minhas responsabilidades. Para meus fãs, está aí eu me retratando e pedindo para vocês terem compressão e entenderem o que aconteceu. Querem dar fama para a mina? Dá fama para a mina. Mas por que a mina não está levantando a bandeira do movimento dela, ela está jogando uma situação que já foi resolvida? Só me responde isso”, declarou ele, falando sobre o movimento #BlackLivesMatter ou Vidas Negras Importam.
Segundo o funkeiro, ele se desculpou sim com a dançarina: “Eu relevo muitas situações, mas quando chega a um ponto extremo de preconceito, de racismo, eu não consigo. As desculpas foram pedidas no dia. Fui pedir desculpa, pedir perdão. Eu já pedi desculpa no primeiro momento. Teve a brincadeira, sim, me retratei na hora, ela não aceitou. Não falei nada além. Ela está levantando coisas sobre mim que eu não falei, me transformando numa pessoa que eu não sou. Não sou culpado, me retratei”.